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Ministério Público Federal (MPF) entrou com pedido de suspeição contra o desembargador do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), Ney Bello, que votou em julgamento naquele tribunal para que o processo da operação ‘Maus Caminhos’ seja enviado ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). No pedido, o MPF quer a anulação da decisão. A informação é do jornal amazonense D24 AM.
O presidente da CPI da Covid Omar Aziz (PSD) é alvo da operação Maus Caminhos, que foi deflagrada em 2016 e houve uma série de desdobramentos. O objeto principal da investigação é o desvio de cerca de R$ 260 milhões de verbas públicas da saúde por meio de contratos milionários firmado com o governo do estado do Amazonas. Em 2019,Aziz teve familiares presos por acusação de desvio de verbas públicas da Saúde.
Segundo o veículo, na investigação da operação, o MPF sempre sustentou que os recursos desviados são de origem federal e, por isto, deveriam tramitar no âmbito da Justiça Federal. Na decisão, Ney Bello votou a favor dos acusados e garantiu a tramitação da ação na Justiça estadual.
Para sustentar a suspeição de Bello, o MPF afirma que o desembargador é parente de terceiro grau do advogado Ravik Bello Ribeiro, que atuou na defesa do empresário Mouhamad Moustafá – acusado pelo órgão ministerial de ser o líder de uma organização criminosa apontada de desviar mais de R$ 100 milhões de recursos da Saúde no Amazonas.
Relembre o caso
A Polícia Federal disse que s senador Omar Aziz chegou a ser citado em uma troca de mensagens entre investigados por desvios de verbas da saúde no Amazonas. Em uma das conversas, empresário fala sobre cobrança de dinheiro feita por Omar Aziz.
Os peritos encontraram em um aplicativo de celular de Mouhamad, que está preso, uma foto que mostra o senador Omar Aziz, sentado no sofá da casa dele, em Manaus. O autor da foto, tirada em junho de 2016, é Moustafa.
Segundo a polícia, Mouhamad já teria recebido um repasse de R$ 15 milhões por meio do Instituto Novos Caminhos pelos serviços de saúde que prestava.
Eis a conversa:
“Priscilla, Omar foi comigo atrás de $$. Não entreguei nada pois está tudo com as etiquetas ainda. Preciso que você arrume um pacote de 200”.
Em outro trecho, segundo a investigação da Polícia Federal, Mouhamad fala novamente que está sendo cobrado.
“Estou precisando de R$ 250 mil em dinheiro urgente. Omar está desesperado precisando e me cobrando aqui que sabe que eu recebi. Já dei os 100 do Pedro não tem nem 50 lá em casa”.
Priscila Marcolino responde:
“Vou ver o que consigo”.