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Nesta quarta-feira (04), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, criticou o que chamou de “pressão” sobre a democracia. A declaração foi dada durante palestra em um seminário do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).
Sem citar Bolsonaro, Barroso afirmou que a “democracia está sob pressão” em vários países do mundo, mas que nela há espaço para todos: “liberais, conservadores e progressistas”.
“Uma das vertentes do autoritarismo contemporâneo é o discurso de que ‘se eu perder, houve fraude’, que é a inaceitação do outro. A inaceitação de que alguém diferente de mim possa ganhar as eleições”, afirmou.
“A alternância no poder é a grande característica da democracia. A possibilidade de que quem perde hoje verá respeitada regras do jogo pra disputar amanhã e tentar ganhar amanhã: é isso que é a democracia”, acrescentou o também ministro do STF.
Barroso afirmou também que existe uma “erosão democrática” em vários países, liderada por “agentes políticos eleitos pelo voto popular” que “desconstroem alguns dos pilares da democracia”.
Em outra parte da palestra, o ministro afirmou que o populismo extremista autoritário se vale de redes sociais para atacar as instituições. Ele afirma que estas, por sua vez, têm sido testadas ao limite para conter o retrocesso.
“Todo o mundo também, não só o Brasil, procura equacionar o problema da desinformação, do ódio, da mentira e das teorias conspiratórias em que nós temos os radicais que se beneficiam com isso, com ideologias extremistas; nós temos os mercenários, que recebem dinheiro e monetizam o seu radicalismo; e nós temos aqueles que não sabem o que estão fazendo e seguem o caminho. Estes nós precisamos conquistar”, afirmou.