Política

Condenado por Moro na Lava Jato, doleiro Youssef já financiou campanha de Alvaro Dias

Duas empresas do operador financeiro e pivô da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, pagaram, em 1998, R$ 21 mil (o equivalente a R$ 88 mil em valores atualizados) à campanha a senador de Alvaro Dias, hoje no Podemos e à época no PSDB.

As informações estão na prestação de contas de Dias entregue naquele ano à Justiça Eleitoral no Paraná e as doações se referem a horas de voo em jatinhos que Youssef cedeu ao então candidato.

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Youssef foi condenado por Moro, aliado de Alvaro Dias, na Lava Jato em penas que somam mais de 120 anos de prisão e chamado em uma das sentenças de “criminoso profissional”. Porém, ele deixou o regime fechado em 2016, graças a um acordo de delação premiada.

Em uma CPI sobre a Petrobras, em 2015, quando estava preso por ordem de Moro, Youssef falou sobre as doações após pergunta feita por um deputado petista:

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“Na época, eu fiz a campanha do senador Alvaro Dias, e parte dessas horas voadas foram pagas pelo [Luis] Paolicchi, que foi secretário de Fazenda da Prefeitura de Maringá, e parte foram doações mesmo que eu fiz das horas voadas”.

Nos documentos entregues pelo senador à Justiça Eleitoral 23 anos atrás, duas empresas do doleiro são listadas.

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A 1ª é a San Marino Táxi Aéreo, com R$ 9.800 pagos. Detalhamento das contas diz que esse valor se refere à “cessão para uso em viagens de campanha correspondente a seis horas da aeronave PT-IEC Turbo Commander, estimada a preço de mercado conforme declaração do doador”.

A 2ª empresa é a Youssef Câmbio & Turismo, com outros R$ 11.200. Há a mesma explicação, mas referente a oito horas de voo da aeronave Learjet C-25 PT-LLN. A campanha a senador teve custo declarado de R$ 391 mil (R$ 1,6 milhão em valores atualizados).

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O ex-secretário Paolicchi foi figura central na virada do século em um escândalo de desvios na Prefeitura de Maringá. Paolicchi acusou políticos do estado de terem suas campanhas abastecidas com os recursos públicos desviados do município.

Além de Alvaro Dias, foram mencionados, entre outros, o então governador Jaime Lerner (que morreu neste ano e havia sido eleito pelo PFL) e Ricardo Barros (PP), hoje líder do Governo Bolsonaro na Câmara. O prefeito investigado era Jairo Gianoto, eleito pelo PSDB.

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“O prefeito chamou o Alberto Youssef e pediu para deixar um avião à disposição do senador. E depois, quando acabou a campanha, eu até levei um susto quando veio a conta para pagar”, disse o ex-secretário em depoimento, citando a cifra de R$ 200 mil.

A Youssef Câmbio era justamente uma das empresas mencionadas.

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Ao comentar sobre o caso no jornal Folha de São Paulo, Alvaro Dias encaminhou documento do Ministério Público paranaense que afirma que, após diligências e depoimentos, procedimento relacionado a esse relato foi arquivado em 2004 por falta de provas.

“Foram prestadas 12 horas de voo para que a equipe de filmagem pudesse se deslocar e realizar seu trabalho”, disse ele em nota.

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“Meu jurídico da época dos fatos e a minha equipe de contabilidade me orientaram de forma correta. Fiz tudo de forma transparente, legal e adequada, sendo certo que absolutamente tudo foi declarado em conformidade com a legislação”, acrescentou o senador.

Ele disse também que não conhecia Youssef naquela época, embora entenda que “naquele momento não havia nenhum fato que o desabonasse”. A campanha ocorreu antes da eclosão do caso Banestado — Porém, o doleiro tinha sido contrabandista e já havia sido preso anteriormente nos anos 1980.

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Sobre as declarações do ex-secretário Paolicchi, o senador disse que não o conhecia e mostrou o documento da Promotoria sobre o arquivamento do caso:

“Não houve, de maneira alguma, repasse de recursos da municipalidade, logo é falsa a acusação de que teria contratado horas de voo com recursos da prefeitura”.

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