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Na terça-feira (14), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu afastar cautelarmente a juíza da Vara Criminal e da Infância de Unaí (MG), Ludmila Lins Grilo, por “descumprimento de deveres básicos de seu cargo” e “ausência no local de trabalho”.
Ludmila ficou conhecida por usar as redes sociais para criticar decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão do CNJ foi unânime e levou em consideração uma “série de irregularidades” na conduta da juíza.
Segundo o corregedor nacional de Justiça Luis Felipe Salomão, uma inspeção realizada na vara em que Ludmilla trabalha apontou falhas como: supostos processos parados há mais um ano; réus presos sem sentença há 5 meses; réus soltos sem audiência por longos períodos; ausência da juíza em horário de expediente durante todos os dias da semana; processos extraviados, entre outras.
“As irregularidades são inúmeras. Mas um fato une todas: a reclamada não cumpre seus deveres básicos, deixando de comparecer ao fórum, mesmo sem autorização para realizar teletrabalho, negligenciando a gestão do cartório e deixando de fiscalizar os atos de seus subordinados. Ao invés de priorizar a execução desses deveres de gestão, a magistrada participa de inúmeras atividades na internet, em entrevistas, livros e cursos pertencentes à empresa da qual é sócia”, disse Salomão em seu voto.
Ludmila fez sua própria defesa na sessão que decidiu pelo seu afastamento.
A magistrada disse que a falta de atuação no fórum é devido a ameaças que tem recebido e que tratar do funcionamento de sua unidade judiciária era mera “burocracia”.