O juiz da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, Eduardo Appio, decidiu intimar o advogado Rodrigo Tacla Duran para prestar depoimento. O depoimento vai acontecer por meio de videoconferência na próxima segunda-feira (27).
Tacla Duran vai falar no bojo da ação penal em que é réu por lavagem de dinheiro. Duran é apontado pela Lava Jato como um grande operador de um esquema de corrupção.
A função do advogado seria produzir dinheiro em espécie que era utilizado para pagamento de propina a agentes públicos.
O advogado chegou a ter a prisão preventiva decretada pelo ex-juiz titular da 13ª Vara Federal Sergio Moro. O pedido de preventiva foi revogado no dia 17 deste mês por Appio.
Tacla Duran não chegou a ser preso pois não estava no Brasil quando sua prisão foi decretada em 2016.
Atualmente, o advogado vive na Espanha e acusa Moro de fazer “negociações paralelas” na condução da Lava Jato. Segundo ele, o ex-juiz realizava negociações de vantagens em delações premiadas no âmbito da operação.
Duran foi incluído na lista de procurados da Interpol, mas teve seu nome retirado por decisão do Comitê de Controle de Arquivos da Interpol, que considerou que ele teve seus “direitos violados”.
Segundo a Interpol, a conduta de Moro sobre o caso lançou dúvidas sobre a existência de um julgamento justo contra Duran.
A organização apontou violação de leis, princípios, tratados e normas do Direito internacional reconhecidos pelo Brasil.
Entre as suposta evidências apresentadas pela defesa de Tacla Duran à Interpol estavam as reiteradas decisões de Moro de negar o arrolamento do advogado como testemunha de Lula.
De acordo com o advogado de Duran, ao fazê-lo, Moro desqualificou a fala de seu cliente antes mesmo de ouvi-la, como se a tivesse prejulgado.
Outra suposta evidência é a entrevista de Moro ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Nela, o ex-juiz falou abertamente sobre o processo, o que viola regras éticas da magistratura.