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Em editorial publicado na manhã desta segunda-feira (15), o jornal O Estado de S. Paulo criticou a possível indicação de Cristiano Zanin como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Zanin é advogado pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendeu o presidente em processos da Lava Jato.
“Indicação de Zanin para o STF sintetizaria o Lula 3: fiel a seus caprichos e indiferente ao interesse público. Dizem que Zanin é um bom advogado, mas isso não basta para ser um bom ministro”, diz trecho do editorial do jornal.
“É frequente a avaliação de que, nesses primeiros meses de governo, Lula da Silva tem escutado pouco e agido de forma teimosa — ou mesmo arbitrária — em muitos assuntos”, diz o jornal.
“De certa forma, a indicação de Cristiano Zanin para o STF seria a síntese perfeita desse modo obnubilado de governar. Ao efetuá-la, o presidente explicitaria que, indiferente às exigências constitucionais, é fiel apenas a seus impulsos, gostem os outros ou não”.
“O despotismo serve para realizar caprichos, não para identificar e implementar o interesse público”, diz o Estadão em outro trecho.
“No entanto, em geral, há a possibilidade de retificar o rumo. Por exemplo, mesmo que não haja expectativa de nenhuma grande mudança em Lula, é possível esperar que, no segundo semestre, ele não erre tanto como tem errado até agora. O problema é que, em relação à indicação ao STF, não há essa possibilidade de correção. Feita a escolha equivocada, não há volta, como Lula bem sabe”.