Em entrevista à GloboNews na manhã desta quarta-feira (16), o novo advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cezar Bitencourt, disse que o militar era só um assessor e apenas cumpria ordens.
O advogado disse ainda que assumiu o caso na noite de terça-feira (15) e ainda não encontrou com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Por isso, de acordo com Bitencourt, ele disse que não sabe detalhes das acusações contra o tenente-coronel.
“Na verdade, ele é um militar, mas ele é um assessor. Assessor cumpre ordens do chefe. Assessor militar com muito mais razão. O civil pode até se desviar, mas o militar tem por formação essa obediência hierárquica. Então, alguém mandou, alguém determinou. Ele é só o assessor. Assessor faz o quê? Assessora, cumpre ordens”, afirmou Bitencourt.
O advogado disse na entrevista que foi procurado por um familiar de Mauro Cid, mas não detalhou.
Bitencourt afirmou ainda que não “sabe nada” sobre o pai de Mauro Cid, o general Mauro Lourena Cid, que também é investigado pela suposta venda ilegal de presentes oficiais dados ao Governo Bolsonaro.
O advogado ainda disse na entrevista que Mauro Cid está sendo “injustiçado” e “recolhido injustamente”.
No entanto, ele reforçou que “não conhece nada do processo” e deve se encontrar com o tenente-coronel no fim da tarde desta quarta.
Bitencourt também disse que não vai divulgar estratégias e nem adiantou passos a serem tomados pela defesa, mas voltou a defender a tese de que Mauro Cid cumpria ordens.
“Essa obediência hierárquica pra um militar é muito séria e muito grave. Exatamente essa obediência a um superior militar é o que há de afastar a culpabilidade dele”, afirmou.
“Ordem ilegal, militar cumpre também. Ordem injusta, cumpre. Acho que não pode é cumprir ordem criminosa”, disse o novo advogado.
Mauro Cid está preso desde maio por envolvimento na suposta fraude em cartões de vacinação de Bolsonaro e familiares.
Na semana passada, Cid também foi alvo da operação da PF que apura possível venda ilegal de presentes oficiais na gestão de Bolsonaro.