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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu um encontro de alto nível no Palácio da Alvorada na noite desta quinta-feira (02), ao receber o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em uma tentativa de aliviar as tensões entre os poderes Executivo e Legislativo.
O jantar, que se estendeu por aproximadamente quatro horas, foi marcado por conversas estratégicas e a presença de figuras-chave do cenário político nacional.
O encontro iniciou com uma conversa reservada entre Lula e Pacheco, acompanhada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e posteriormente foi reforçada pela presença de alguns ministros. Entre os presentes estavam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Renan Filho (Transportes), todos engajados na busca por soluções para os impasses entre os poderes.
A senadora Leila Barros (PDT-DF), relatora do projeto de regulamentação do mercado de carbono, também foi convidada para participar do encontro. Este tema tem sido destacado como prioritário pelo governo, o que evidencia a importância atribuída às discussões travadas durante o jantar.
O convite de Lula a Pacheco para esta reunião surge em um momento de crescente tensão entre os poderes, que têm enfrentado dificuldades em avançar com a agenda legislativa. Disputas recentes têm afetado diretamente a pauta de votações, com alguns temas sensíveis sendo postos em segundo plano, como a proposta de emenda à Constituição (PEC) do quinquênio, que propõe um adicional sobre o salário de carreiras jurídicas.
A controvérsia em torno da PEC do quinquênio é evidenciada pelos cálculos divergentes apresentados por diferentes órgãos. Segundo estimativas do Senado, o impacto financeiro anual poderia atingir a marca de R$ 3 bilhões se aplicado apenas a juízes e procuradores. Já para o Ministério da Fazenda, essa cifra poderia aumentar consideravelmente, podendo chegar a R$ 42 bilhões caso o texto seja ampliado.
Paralelamente, Pacheco tem adotado uma postura cautelosa em relação a itens prioritários do governo, como o projeto de lei (PL) que propõe alterações na Lei de Falências. O projeto, que aguarda despacho da presidência do Senado desde o início de abril, representa uma das questões-chave para a agenda econômica do país.
A crise entre os poderes foi desencadeada por divergências em torno da prorrogação da desoneração da folha de pagamento para 17 setores intensivos em mão de obra. A decisão do Parlamento de suspender esse benefício, sem prévia comunicação a Pacheco, levou o Executivo a judicializar o caso, agravando ainda mais as tensões políticas.