Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a tendência no governo federal é de vetar a retomada de um imposto federal sobre importações de até US$ 50, se a volta da tributação for aprovada pelo Congresso.
O fim da isenção para remessas internacionais de até US$ 50 foi incluída em um projeto que está em debate na Câmara. Se o texto for aprovado também no Senado, caberá ao petista sancionar ou vetar a medida.
Mesmo afirmando que a tendência é de veto à proposta, Lula afirmou também que o governo federal está aberto a “negociar”.
Associações representativas de empregadores e trabalhadores do setor varejista estão pleiteando o término da isenção tributária, visando ampliar a competitividade dos produtos nacionais. Estes produtos, argumentam, estão sujeitos a uma tributação mais elevada em comparação com os importados da China por meio de plataformas de comércio eletrônico, tais como Shein, Shopee e AliExpress.
“Eu só me pronuncio nos autos do processo (risos). A tendência é vetar, mas a tendência também pode ser negociar”, afirmou Lula. “Cada um tem uma visão a respeito do assunto. Veja, quem é que compra essas coisas? São mulheres, jovens, e tem muita bugiganga. Nem sei se essas bugigangas competem com as coisas brasileiras, nem sei […]. Como você vai proibir as pessoas pobres, meninas e moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio de cabelo, sabe?”, completou.
O petista também disse que, em conversa com o vice Geraldo Alckmin, as esposas deles compram esses produtos. Lula ainda disse que a filha do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também adquire os itens importados.
“Então precisamos tentar ver um jeito de não tentar ajudar um prejudicando outro, mas tentar fazer uma coisa uniforme. Estamos dispostos a conversar e a encontrar uma saída”, concluiu o presidente.
