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A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se pronunciou nesta sexta-feira (27) sobre a polêmica envolvendo a contratação de dois maquiadores como assessores em seu gabinete na Câmara dos Deputados. Em entrevista ao UOL, a parlamentar reconheceu que houve “ingenuidade” da sua parte, mas defendeu a legalidade e a transparência das nomeações. Segundo ela, os profissionais cumprem funções técnicas e políticas dentro do mandato.
“Talvez houvesse, sim, ingenuidade — a ingenuidade de alguém que não estava agindo fora da lei, que não estava cometendo nenhum tipo de crime. Quando não estamos fazendo nada ilegal, ou nada que possamos nos envergonhar no futuro, agimos com naturalidade”, afirmou.
A deputada também criticou o uso político do caso por adversários. “Fui ingênua ao não tomar os cuidados necessários para evitar que narrativas fossem construídas. Estamos totalmente tranquilos e fazendo tudo correto. Mas a gente precisa tomar cuidado, porque, do lado de lá, a verdade não importa”, declarou.
De acordo com informações da Câmara dos Deputados, Índy Cunha Montiel da Rocha ocupa cargo com salário de R$ 2.126,59 desde novembro de 2023, enquanto Ronaldo César Camargo Hass foi nomeado em maio de 2024 e recebe R$ 9.678,22 mensais.
A contratação dos dois motivou representações apresentadas ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Conselho de Ética da Câmara por parte do deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) e de integrantes da bancada de oposição. Eles acusam Erika Hilton de possível uso indevido da estrutura pública para fins pessoais.
A parlamentar, no entanto, negou qualquer irregularidade e reforçou o perfil técnico dos assessores. “Eles são pessoas LGBTs, da minha confiança. De maneira esporádica, os dois fizeram, sim, fora do nosso combinado de trabalho, maquiagem em mim. São excelentes maquiadores, mas são excelentes profissionais, inclusive um deles é formado em arquitetura e urbanismo. Ambos são bastante importantes na construção de algumas políticas públicas que nós já, inclusive, transformamos em leis”, afirmou.
“São profissionais que conheci no ambiente da beleza, no universo da maquiagem, mas são meus amigos e eu os trouxe para o meu gabinete para poderem ajudar nas diversas construções políticas. Não são contratados, não são trabalhadores para fazer maquiagem. Muito pelo contrário. Fazem parte do núcleo duro do meu mandato, com atribuições claras, com trabalho que pode ser comprovado”, completou.
Em entrevista à CNN, Hilton confirmou que manterá os dois na equipe: “São maquiadores, mas não só. O Ronaldo é formado em Arquitetura e Urbanismo e foi importante em uma série de discussões que fizemos sobre a cidade (de São Paulo), sobre plano diretor e questões envolvendo a Cracolândia. A Indy tem uma articulação gigantesca com a juventude e acompanha a Comissão de Direitos Humanos, o que pode ser comprovado com as imagens da Câmara dos Deputados”.
“Nada foi feito às escondidas, nada por debaixo do pano. Nada feito de maneira errada ou criminosa, tudo às claras”, concluiu a deputada.
