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Um estudo feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Augusta University, na Geórgia, nos EUA, constatou que o canabidiol, um dos princípios ativos da maconha, foi capaz de diminuir, em camundongos, o tamanho de um tumor cerebral altamente agressivo e letal.
Após inalarem o composto, os animais passaram a produzir em menor quantidade substâncias que favorecem o crescimento do glioblastoma.
Para simular o câncer cerebral nos ratos, os pesquisadores utilizaram células de glioblastoma modificadas de humanos (adaptadas para os animais), criando o chamado de “glioblastoma ortotópico”, o modelo mais realista possível para o tumor, produzido artificialmente fora do corpo humano.
Após 8 dias, a doença já estava ativa e de forma agressiva no cérebro dos animais. No nono dia, a equipe de pesquisadores iniciou o tratamento com doses diárias de canabidiol inalado, enquanto alguns animais receberam placebo, para controlar o trabalho.
O experimento teve duração de 7 dias e o estudo foi publicado na revista especializada Cannabis and Cannabinoid Research.
Os cientistas observaram uma expressiva diminuição do tamanho do tumor nos exames de imagem feito nos camundongos que inalaram o canabidiol, não visto nos animais que ingeriram placebo.
“Vimos uma redução significativa no tamanho do tumor e também no microambiente tumoral estabelecido pelas células cancerosas, o que inclui vasos sanguíneos e fatores de crescimento diversos que fazem com que ele se espalhe”, explica em comunicado, Babak Baban, imunologista da Augusta University, nos EUA, e um dos autores do estudo.
Atualmente, o tratamento do câncer de cérebro do tipo glioblastoma é feito por cirurgia seguida de quimio e radioterapia.
No entanto, os resultados não costumam ser satisfatórios, já que esse tipo de tumor é resistente aos medicamentos.
A ideia dos cientistas é usar o canabidiol — caso seus efeitos benéficos sejam comprovados em mais estudos — em conjunto com o tratamento já empregado em pessoas com diagnóstico de glioblastoma.
Embora a abordagem estabelecida pelos pesquisadores seja facilmente aplicável a humanos, neste momento eles estão olhando principalmente para a resposta biológica do tumor ao canabidiol, disse Martin Rutkowski, neurocirurgião da Augusta University.
“Precisamos desesperadamente de pesquisas e mais tratamentos. O que temos agora não está funcionando muito bem”, disse o neurocirurgião, coautor do estudo.