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Na noite de terça-feira (31), a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um comunicado com “medidas urgentes” a serem tomadas pela população da Europa para diminuir o contágio pela varíola dos macacos.
“A Região Europeia da OMS permanece no epicentro do maior e mais difundido surto de varíola dos macacos geograficamente já relatado fora das áreas endêmicas da África Ocidental e Central. A curva de aprendizado foi íngreme nas últimas duas semanas. Agora, temos uma oportunidade crítica de agir rapidamente, juntos, para investigar e controlar rapidamente essa situação em rápida evolução”, diz o médico Hans Kludge, diretor regional da OMS para a Europa, na nota.
De acordo com Kludge, o surto de varíola dos macacos está sendo transmitido, principalmente, por meio de atividade sexual, envolvendo, principalmente homens que fazem sexo com homens.
“Muitos – mas não todos os casos – relatam parceiros sexuais fugazes e/ou múltiplos, às vezes associados a grandes eventos ou festas”, explicou na nota.
Por isso, uma das ações que a organização sugere é a de incentivar as pessoas a diminuírem o número de parceiros sexuais.
Segundo ele, é importante envolver grupos e líderes comunitários, além de organizações da sociedade civil, para aumentar a conscientização e compartilhar informações sobre como as pessoas podem reduzir o risco de exposição, inclusive, reduzindo o número de parceiros sexuais.
Além disso, é preciso incentivar as pessoas, independente do sexo, orientação ou atividade sexual, a aumentar a conscientização sobree a doença.
“Elas devem saber o que fazer se acharem que podem ter sido expostas à doença ou apresentarem sintomas”, explica na nota.
“Devemos lembrar, no entanto, como vimos em surtos anteriores, que a varíola dos macacos é causada por um vírus que pode infectar qualquer pessoa e não está intrinsecamente associado a nenhum grupo específico de pessoas”, ressalta o comunicado.
“As comunidades gays e bissexuais têm alta conscientização e comportamento rápido de busca a atendimento de saúde quando se trata de sua própria saúde sexual e de suas comunidades. De fato, devemos aplaudi-los por sua apresentação precoce aos serviços de saúde”.
A OMS explica ainda que não se sabe se o vírus da varíola dos macacos também pode ser transmitido de uma pessoa para outra por meio de sêmen ou fluidos vaginais, nem se o vírus pode persistir nesses fluidos por longos períodos de tempo.
Até o momento, a ciência explica que o vírus é transmitido pelo contato direto de fluidos como sangue, pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada durante o contato íntimo, como sexo, abraço, beijo ou toque.
“Sabemos que a maioria das pessoas que pegam varíola terá uma doença leve e autolimitada, mas desagradável e potencialmente dolorosa, que pode durar várias semanas. Ainda não sabemos qual será o impacto na saúde dos indivíduos que podem ter resultados graves da varíola dos macacos, principalmente crianças pequenas, mulheres grávidas e pessoas imunocomprometidas”, explica Kludge.
O médico reforça ainda que, provavelmente, a varíola dos macacos não exigirá medidas restritivas a toda a população, como acontece com a Covid-19, já que o vírus não se espalha da mesma maneira.
No entanto, como não se sabe se será possível conter completamente a propagação, é importante focar em uma rápida resposta, por meio da comunicação clara e objetiva e do isolamento de casos durante o período infeccioso e rastreamento e monitoramento de contatos.