Um estudo conduzido por pesquisadores japoneses apontou que doenças dentárias podem estar associadas a uma diminuição do volume do hipocampo, região do cérebro essencial para a memória.
O estudo foi publicado na revista Neurology (afiliada à Academia Americana de Neurologia) em 5 de julho.
A pesquisa foi realizada em uma região específica do Japão e contou com a participação de 172 pessoas, com idade média de 67 anos e sem problemas de memória no início das pesquisas.
De acordo com informações da agência alemã DW, os participantes japoneses foram submetidos a exames dentários, testes de memória e varreduras cerebrais no começo do estudo e quatro anos depois.
Os pesquisadores avaliaram o número de dentes de cada participante e a presença de doença gengival, de acordo com a DW.
Pessoas com menos dentes e mais doenças periodontais apresentaram ao final do estudo um encolhimento mais rápido do hipocampo esquerdo.
A relação se manifestou em ambos os casos de doença periodontal leve e grave, sugerindo que o gerenciamento e o tratamento dessas condições podem ter um impacto positivo na saúde do cérebro.
“Os resultados sugerem que a retenção de dentes com doença gengival grave está associada a uma atrofia cerebral”, afirmou Satoshi Yamaguchi, dentista geriátrico da Universidade Tohoku em Sendai, no Japão.
Para Yamaguchi, é crucial controlar a progressão da doença gengival por meio de visitas regulares ao dentista.
Já nos casos em que os dentes são afetados por doenças gengivais graves pode ser necessário extraí-los e substituir por próteses.
Os resultados da pesquisa levantaram a possibilidade de que, em certos casos, pode ser benéfico perder os dentes afetados por doenças que ameaçam a saúde bucal.
Isso seria uma forma de proteger tanto as gengivas como o cérebro, de acordo com a pesquisa japonesa.
Os pesquisadores ressaltam que o estudo não estabelece uma relação direta entre doenças periodontais ou perdas dentárias e o desenvolvimento do Alzheimer, ainda que tenha identificado uma associação entre eles.