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Os alimentos ultraprocessados, que incluem itens como sorvetes, presunto, salsichas, batatas fritas, cereais matinais, biscoitos, refrigerantes, sopas instantâneas e outros, têm sido objeto de preocupação devido aos potenciais impactos negativos na saúde. Um estudo conduzido na Espanha revelou que o consumo elevado desses alimentos durante a infância está associado a um pior quadro de saúde cardiometabólica, aumentando o risco de eventos como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e diabetes na idade adulta.
Realizado por pesquisadores da Unidade de Nutrição Humana da Universidade Rovira i Virgili (URV), em colaboração com o Instituto de Investigação Sanitária Pere Virgili (IISPV) e o Centro de Investigação em Rede de Fisiopatologia e Nutrição (CIBEROBN) na Espanha, o estudo envolveu mais de 1.500 crianças de 3 a 6 anos de diversas cidades do país.
Os resultados, publicados na revista JAMA Network Open, indicaram que as crianças que consumiam mais alimentos ultraprocessados apresentavam índices mais elevados de parâmetros como índice de massa corporal, circunferência da cintura, índice de massa gorda e níveis de açúcar no sangue. Além disso, tinham níveis mais baixos de colesterol HDL, conhecido como “colesterol bom”.
Nancy Babio, pesquisadora principal do estudo, enfatizou a preocupação gerada pelos dados obtidos, destacando a importância de hábitos alimentares saudáveis desde a infância para a saúde futura. Segundo ela, embora a magnitude das associações encontradas possa ser considerada de relevância clínica limitada, a relação significativa entre o consumo de alimentos ultraprocessados e os parâmetros de saúde em crianças muito pequenas ressalta a importância do tema.
O estudo também observou uma correlação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a situação socioeconômica das famílias, com crianças de mães com menor nível de educação ou status socioeconômico consumindo uma quantidade maior desses alimentos, o que as torna mais suscetíveis a problemas de saúde no futuro.
Diante desses resultados, os pesquisadores recomendam a implementação de políticas de saúde pública voltadas especialmente para populações vulneráveis, visando à redução do consumo de alimentos ultraprocessados e à promoção de opções mais saudáveis na alimentação infantil.
Em alguns países, como Colômbia, México e Argentina, já estão em vigor normas que exigem etiquetas de advertência nos alimentos ultraprocessados, visando à redução do consumo e à proteção da saúde pública.
No ano passado, outro estudo sobre o problema foi realizado na Argentina por pesquisadores do CESNI, Conicet, da Universidade de Antioquia na Colômbia e do Centro de Pesquisa Epidemiológica em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo, no Brasil. Foi publicado na revista Public Health Nutrition.