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A República Democrática do Congo (RDC), principal foco de infecção por mpox (varíola dos macacos) na África, registrou 548 mortes em 2024 devido à doença, informou o governo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar o atual surto como emergência de saúde internacional.
De acordo com o último relatório epidemiológico, o país registrou 15.664 casos potenciais e 548 mortes desde o início do ano, conforme divulgado pelo ministro da Saúde da RDC, Roger Kamba, em um vídeo publicado na rede social X. “Atualmente, quase todas as províncias estão afetadas”, acrescentou Kamba.
O governo congolês está implementando uma resposta em três frentes principais: a “sensibilização e mobilização comunitária”, por meio de dispositivos de vigilância epidemiológica; a “prevenção sanitária”, com um “plano nacional estratégico de vacinação”; e a “mobilização de recursos” internacionais, com o apoio de organizações como a União Africana (UA).
Kamba divulgou os dados um dia após o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciar a declaração do mpox como emergência de saúde pública de alcance internacional.
OMS Alerta para Possíveis Novos Casos na Europa
A OMS também alertou sobre a possibilidade iminente de novos surtos de mpox na Europa, após a Suécia relatar um caso de uma variante perigosa do vírus, até então diagnosticada apenas na África. “É provável que nos próximos dias e semanas sejam registrados outros casos importados do clado 1 na região europeia”, afirmou a OMS em um comunicado, referindo-se à nova variante do mpox, também conhecida como varíola dos macacos.
O clado 1 é uma nova cepa do vírus, mais perigosa e contagiosa do que as identificadas anteriormente.
Desde janeiro de 2022, foram registrados 38.465 casos da doença em 16 países africanos, com 1.456 mortes no mesmo período, segundo dados divulgados na semana passada pela agência de saúde da União Africana, Africa CDC. Em 2024, houve um aumento de 160% no número de casos em relação ao ano anterior.
Esta é a segunda vez em dois anos que a doença é considerada uma ameaça à saúde internacional. A primeira foi em maio do ano passado, após o surto global de 2022, que levou a uma avaliação de controle da propagação da doença.
A OMS destacou que os surtos atuais não são causados por uma única variante do vírus, mas por múltiplas variantes, e que os níveis de risco e de contágio variam. Há dois anos, a transmissão era quase exclusivamente sexual.
Risco Considerado Muito Baixo
O caso relatado pela Agência de Saúde Pública da Suécia foi o primeiro fora da África. “A pessoa afetada contraiu a infecção durante uma estadia em uma região da África com uma grande epidemia de mpox do subtipo clado 1”, explicou Olivia Wigzell, diretora interina da agência, em uma coletiva de imprensa. A agência acrescentou que “o tratamento de um paciente com mpox no país não representa risco para o restante da população”.
O Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) considera atualmente que o risco é muito baixo. A agência de saúde esclareceu que a variante em questão é o mpox 1b, que tem mostrado um recrudescimento na RDC desde setembro de 2023.
As 26 províncias da RDC, que cobre 2,3 milhões de km², foram afetadas, com um total de 15.664 casos potenciais desde o início do ano.
A OMS pediu para não estigmatizar “viajantes nem países ou regiões”. “Somente trabalhando juntos, compartilhando dados e adotando as medidas de saúde pública necessárias poderemos controlar a propagação deste vírus”, acrescentou.
O mpox foi detectado pela primeira vez em humanos em 1970 na atual RDC (antigo Zaire). É uma doença viral que se transmite de animais para humanos, bem como por contato físico estreito com uma pessoa infectada pelo vírus. Provoca febre, dores musculares e lesões cutâneas.
(Com informações de EFE e AFP)