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Um novo estudo publicado por especialistas da Cancer Research UK e do National Cancer Institute (NCI), dos EUA, reforça a relação entre o consumo de álcool e o risco de desenvolver pelo menos sete tipos de câncer, incluindo câncer de mama, intestino e laringe. No entanto, a maioria das pessoas ainda desconhece esse risco. Nos Estados Unidos, mais da metade da população (51%) não está ciente de que o consumo de bebidas alcoólicas eleva as chances de desenvolver a doença. Em regiões como o Reino Unido e a Europa, a conscientização pública sobre o tema é ainda menor.
O consumo de álcool sempre foi motivo de debate, especialmente sobre os possíveis benefícios para a saúde, como a crença de que uma taça de vinho pode ser boa para o coração. Contudo, um relatório divulgado no site do NCI sugere que até mesmo uma bebida por dia já é suficiente para aumentar o risco de diversos tipos de câncer. Segundo a Dra. Therese Bevers, diretora médica do MD Anderson’s Cancer Prevention Center, “não existe uma quantidade segura de álcool, assim como não há quantidade segura para cigarros ou carnes processadas.”
A estatística é preocupante. No Reino Unido, cerca de 12 mil pessoas são diagnosticadas anualmente com câncer relacionado ao álcool, levando a cerca de 4.200 mortes. Números semelhantes são observados nos Estados Unidos e em outras partes do mundo.
Quanto álcool é seguro consumir?
Pesquisadores do NCI têm acompanhado as tendências emergentes que relacionam o consumo de álcool a certos tipos de câncer. Mulheres que consomem sete doses por semana ou homens que bebem 14 doses semanais – considerados bebedores moderados – têm um risco 1,8 vezes maior de desenvolver câncer de boca e garganta em comparação aos abstêmios. Para o câncer de laringe, o risco é 1,4 vezes maior.
Os números se tornam mais alarmantes entre os chamados “grandes bebedores”, definidos como homens que consomem 15 ou mais bebidas por semana e mulheres que ingerem oito ou mais. Nesse grupo, o risco de câncer de boca e garganta é cinco vezes maior. Para câncer de esôfago, bebedores moderados apresentam um risco 1,3 vezes maior, enquanto o consumo excessivo aumenta esse risco em cinco vezes.
Especialistas explicam que o álcool atua como um irritante, danificando as células sensíveis que revestem a boca e a garganta, tornando-as mais vulneráveis a agentes cancerígenos, como a fumaça do cigarro.
Outros tipos de câncer
Embora não tenha sido identificada uma relação entre o consumo moderado de álcool e o câncer de fígado, o consumo excessivo dobra o risco. O álcool pode causar cirrose, condição que aumenta significativamente a chance de desenvolvimento de câncer no fígado.
Já no intestino, bebedores moderados têm um risco 1,2 vezes maior de desenvolver câncer colorretal, enquanto grandes bebedores têm 1,5 vezes mais chances de desenvolver câncer no intestino ou no reto.
O estudo também alerta sobre o risco de câncer de mama em mulheres que consomem álcool moderadamente. Elas têm 1,23 vezes mais chances de desenvolver a doença, em comparação àquelas que não bebem. Isso pode estar relacionado ao aumento dos níveis de estrogênio, hormônio associado ao câncer de mama.