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Cientistas australianos sugerem que milhares de pacientes com câncer de cólon em estágio 3 — quando o tumor se espalha para os linfonodos próximos, mas não para outros órgãos — podem não precisar de quimioterapia completa após a cirurgia.
O estudo, divulgado pelo Daily Mail, utilizou um teste de ponta chamado ctDNA, que detecta pequenos fragmentos de DNA tumoral na corrente sanguínea. Pacientes que apresentaram resultado negativo no exame puderam receber quimioterapia em dose reduzida ou até nenhuma, sem aumentar significativamente o risco de recorrência do câncer.
Segundo os pesquisadores do Peter MacCallum Cancer Centre, em Melbourne, pacientes com tumores de baixo risco tiveram uma redução drástica nos efeitos colaterais, além de menor necessidade de internações hospitalares. No grupo de 353 pacientes tratados com dose reduzida, apenas 6,2% sofreram efeitos graves, contra 10,6% no tratamento padrão. As hospitalizações relacionadas à quimioterapia foram 8,5%, comparadas a 13,2% com a dose convencional.
Os cientistas destacam que o teste por si só não é suficiente para dispensar a quimioterapia em todos os casos, mas para tumores de baixo risco com apenas três linfonodos afetados, o método foi considerado seguro, em termos médicos, “não inferior” ao tratamento tradicional.
O estudo acompanhou quase 1.000 pacientes por três anos e meio e será apresentado na íntegra no Congresso Anual da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), em Berlim.
O oncologista Marco Gerlinger, do St Bartholomew’s Hospital, em Londres, que não participou da pesquisa, destacou:
“Um grande problema na prática clínica é o excesso de tratamento. Cerca de 50% dos pacientes já são curados apenas com cirurgia. Este exame de alta sensibilidade pode identificar quem realmente precisa de quimioterapia.”
O câncer de cólon é o quarto tipo de câncer mais comum no Reino Unido e nos Estados Unidos, com 44 mil e 142 mil casos anuais, respectivamente. Embora a maioria dos diagnósticos ocorra em pessoas acima de 50 anos, os casos em adultos mais jovens aumentaram 50% nos últimos 30 anos, segundo especialistas.
Entre os sintomas mais comuns estão alterações nos hábitos intestinais, sangue nas fezes, dor abdominal, inchaço, perda de peso inesperada e fadiga. Especialistas recomendam que qualquer pessoa com esses sinais procure um médico imediatamente.
O estudo traz esperança de tratamentos mais personalizados e menos agressivos, oferecendo uma alternativa para reduzir efeitos colaterais e melhorar a qualidade de vida de pacientes com câncer de cólon.