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Pesquisadores brasileiros estão próximos de iniciar os testes clínicos em humanos para uma vacina contra a malária, focada no parasita Plasmodium vivax. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (22) pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Após resultados promissores em testes pré-clínicos, a vacina aguarda autorização para os testes em seres humanos. A expectativa é que o pedido de autorização seja protocolado até janeiro, com a intenção de dar início aos ensaios clínicos. A malária, doença infecciosa transmitida por mosquitos Anopheles e causada por parasitas do gênero Plasmodium, tem no Plasmodium vivax o agente mais comum no Brasil.
A vacina, chamada Vivaxin, é resultado de uma parceria entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O projeto é liderado por Irene Soares, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF-USP), e Ricardo Gazzinelli, do Centro de Pesquisa em Vacinas (CT-Vacinas) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCT-Vacinas). Soares destacou a importância da pesquisa: “Temos um produto inédito no mundo e inteiramente produzido no Brasil. Meu objetivo desde o início da pesquisa, há mais de dez anos, foi conseguir uma vacina. Agora estamos na etapa final para autorização dos estudos clínicos.”
Em outubro, a equipe solicitou a patente da vacina, que protege tanto o processo de produção quanto a formulação final. Os estudos demonstraram que o imunizante gerou altos níveis de anticorpos em camundongos e coelhos, sendo considerado seguro e bem tolerado. A vacina combina três formas genéticas da proteína do Plasmodium vivax, com o objetivo de oferecer proteção contra todas as variantes do parasita.
A malária continua sendo uma grave questão de saúde pública no Brasil, especialmente na região amazônica. De janeiro a outubro de 2024, o país registrou 117.946 casos da doença, com 80% dos casos atribuídos ao Plasmodium vivax, segundo o Ministério da Saúde. A situação é particularmente alarmante entre as populações indígenas.