De acordo com dados do DATASUS, houve um aumento significativo no número de casos de herpes zoster no Brasil no ano passado em comparação com 2022, totalizando 127 mil casos em 2023, um aumento de 568%. Nos primeiros dois meses deste ano, foram registrados 27 mil casos, o que representa três vezes mais do que os 9 mil casos registrados no mesmo período de 2023. Embora essa tendência de aumento seja observada, é importante observar que atualmente não há disponibilidade de vacinas contra o herpes zoster no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS), tornando a imunização completa acessível apenas através de recursos privados, com um custo que pode atingir R$ 1,7 mil.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, o herpes zoster, causado pelo mesmo vírus da catapora, é caracterizado pelo surgimento de bolhas que coçam e ardem, conhecidas popularmente como “cobreiro”, geralmente aparecendo no tronco, braços, pernas ou, em casos menos comuns, nos ouvidos. As dores associadas costumam ser intensas e localizadas. Alguns casos graves, como o enfrentado pela senadora Damares Alves no ano passado, podem resultar em complicações como paralisia facial e requerer hospitalização.
Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz, o vírus pode permanecer no corpo por um longo período, preferencialmente nos olhos e no cérebro, sem causar sintomas imediatos. Cerca de um em cada quatro casos apresenta problemas oculares. Os dados são baseados no número de exames de imunoglobulina G, que indicam a presença do vírus no organismo, sendo estimado que 95% dos brasileiros possam abrigar o vírus, com um terço deles potencialmente desenvolvendo a doença.
O envelhecimento da população é apontado como um dos fatores para o aumento do número de casos no país, especialmente entre pessoas com mais de 50 anos que não foram vacinadas contra a catapora, o que aumenta a probabilidade de reativação viral. Além disso, a baixa imunidade corporal causada por estresse, infecções virais, idade avançada, doenças crônicas como diabetes e certos medicamentos podem contribuir para a ativação do vírus.
O tratamento do herpes zoster varia de acordo com a gravidade do caso e pode incluir medicamentos antivirais, corticosteroides, colírios anti-inflamatórios e analgésicos para aliviar a dor. É fundamental seguir as orientações médicas, realizar consultas de acompanhamento e manter a área afetada limpa para prevenir complicações e o contágio.
Atualmente, um projeto está em tramitação na Câmara dos Deputados desde setembro de 2022, com o objetivo de incluir a vacina contra o herpes zoster no calendário nacional de imunização do SUS. O projeto ainda precisa passar por várias comissões antes de ser encaminhado para o Senado Federal.