Milhares de pessoas têm recorrido a sons coloridos em plataformas como o YouTube e através de aplicativos de meditação. O ruído branco, conhecido por abafar ruídos de fundo e melhorar a qualidade do sono, tem se tornado mais popular nos últimos anos à medida que cresce a busca por melhores condições de descanso e concentração.
Recentemente, há um interesse crescente por outros tipos de ruídos coloridos, como o ruído rosa, castanho e verde. Os cientistas explicam que o som, assim como a luz, é constituído por ondas e pode ser descrito através de cores baseadas na distribuição de suas frequências. Por exemplo, a luz vermelha tem comprimentos de onda mais longos, enquanto a luz azul e violeta têm comprimentos de onda mais curtos.
Muitas pessoas utilizam esses sons em plataformas digitais e aplicativos de meditação. “Muitas pessoas querem saber como usar sons para melhorar o seu sono. A maioria destas aplicações, programas e dispositivos utiliza sons contínuos, que são úteis para mascarar ruídos externos e permitem que as pessoas durmam melhor por não serem perturbadas por outros sons à sua volta”, afirmou o Dr. Roneil Malkani, professor associado de neurologia na divisão de medicina do sono da Universidade Northwestern, nos EUA.
Os ruídos coloridos podem oferecer benefícios para o sono, a concentração e o relaxamento, proporcionando diferentes experiências auditivas. Enquanto o ruído branco é frequentemente comparado ao som de estática, o ruído castanho tem tons mais profundos e estrondosos, e o ruído verde situa-se entre o ruído branco e o castanho em termos de frequência.
Em 2019, pesquisadores da Northwestern University investigaram os efeitos do ruído rosa sobre o sono e a memória. Malkani explica que sua equipe utilizou o ruído rosa para aumentar o sono de ondas lentas, essencial para uma noite de sono reparador. “A razão pela qual utilizamos o ruído rosa é porque a distribuição das frequências sonoras reflete a distribuição das frequências das ondas cerebrais que vemos nos testes de ondas cerebrais, num estudo do sono, durante o sono de ondas lentas. O que estamos a tentar fazer com esta investigação é estimular ou impulsionar o sono de ondas lentas, que é uma forma de sono profundo. E o ruído cor-de-rosa reflete os tipos de frequências observadas nessa fase do sono”, disse Malkani.
Os participantes do estudo ouviram impulsos curtos de ruído rosa em momentos específicos durante o sono de ondas lentas, o que resultou em uma melhor recordação da memória após a exposição aos sons. “Descobrimos que, nos adultos mais velhos, podemos melhorar as suas ondas lentas e que têm melhor memória depois de dormir, quando recebem os sons, do que depois de dormir, se não receberem os sons”, concluiu Malkani.
Embora a popularidade dos ruídos coloridos esteja crescendo, a ciência por trás desses sons ainda é relativamente recente, com poucos estudos conduzidos até o momento.
