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A aliada do presidente Emmanuel Macron, Yaël Braun-Pivet, foi reeleita nesta quinta-feira (18) como presidente da Assembleia Nacional da França, após conquistar uma margem apertada de votos na terceira votação, decidida por maioria relativa.
Braun-Pivet obteve 220 votos, enquanto o comunista André Chassaigne conseguiu 207 e o ultradireitista Sébastien Chenu recebeu 141. Braun-Pivet, de 53 anos, está no cargo desde 2022 e contou com o apoio dos aliados centristas de Macron e de alguns legisladores conservadores que não queriam que o cargo fosse para seu rival de esquerda.
“Parabéns pela sua eleição, querida @YaelBraunPivet. Presidente da nossa Assembleia Nacional, todos que a conhecem sabem que você zelará pelo respeito à pluralidade de opiniões e pela expressão da diversidade de sensibilidades. Com responsabilidade republicana”, escreveu Macron em rede social.
Em uma Câmara muito fragmentada, essa vitória por maioria simples do macronismo — obtida com o apoio dos deputados conservadores — é um revés significativo para a coalizão de esquerda do Novo Front Popular (NFP), que, sendo a força com mais cadeiras, reivindica a capacidade de governar.
A eleição ocorreu após as caóticas eleições convocadas por Macron, que resultaram em uma legislatura sem uma maioria clara.
As eleições parlamentares realizadas no início do mês deram origem a uma divisão entre três grandes blocos políticos: a coalizão de esquerda Novo Front Popular, os aliados centristas de Macron e o partido de extrema direita Agrupamento Nacional. Nenhum deles conseguiu uma maioria absoluta.
A sessão inaugural da Assembleia Nacional ocorreu após Macron aceitar na terça-feira a renúncia do primeiro-ministro Gabriel Attal e de outros ministros, mas pediu que eles continuassem a cuidar dos assuntos como interinos até que um novo governo seja formado, enquanto a França se prepara para receber os Jogos Olímpicos de Paris no final do mês.
Os políticos dos três principais blocos e de partidos menores disputavam o cargo de presidente, e cada um tentou fazer uma demonstração de força na esperança de influenciar a futura nomeação de um primeiro-ministro. Houve seis candidatos na disputa.
Para ser eleito, um candidato deve receber pelo menos a metade dos votos dos 577 legisladores da Assembleia Nacional na primeira ou segunda rodada de votação. Se nenhum candidato atingir esse patamar, o candidato que obtiver mais votos vence na terceira rodada.
Os membros do Novo Front Popular, que obteve o maior número de cadeiras na Assembleia, pediram ao presidente que recorresse a eles para formar o novo governo. No entanto, seus principais partidos — a esquerda radical França Insubmissa, os socialistas, os verdes e os comunistas — continuam a brigar entre si sobre quem deve ser o candidato a primeiro-ministro.
Após dias de discussões tensas, acordaram nesta quinta-feira uma candidatura conjunta para o cargo de presidente da Assembleia e elegeram André Chassaigne, de 74 anos, figura chave do Partido Comunista. Chassaigne é legislador desde 2002 e é conhecido por sua profunda participação no trabalho parlamentar.
Sindicatos e ativistas de esquerda organizaram protestos nesta quinta-feira em todo o país para “pressionar” Macron a escolher um primeiro-ministro oriundo do Novo Front Popular.
Não há um prazo definido para que o presidente nomeie um novo primeiro-ministro.
(Com informações da EFE e AP)