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O ditador da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta quinta-feira (31) um decreto que regulamenta o comércio de gás natural com os assim chamados “países hostis”. O texto entra em vigor já nesta sexta (1º) e determina que empresas ocidentais precisarão abrir contas correntes em rublos em bancos russos para comprar o gás extraído no país.
“Ninguém nos vende nada de graça, e nós tampouco faremos obras de caridade. Isso significa que os contratos existentes, no caso de falta de pagamento em rublos, serão interrompidos”, afirmou Putin. Apenas um dia antes, o presidente havia dito ao premiê da Itália, Mario Draghi, que os acordos existentes seriam respeitados.
Essa medida é uma retaliação contra os países que impuseram sanções econômicas à Rússia e busca fortalecer o rublo em um cenário de profunda crise financeira.
Estados Unidos e Reino Unido já anunciaram um embargo às importações de petróleo e gás russos, porém a União Europeia é mais dependente de Moscou no plano energético. Países do bloco trabalham para reduzir essa dependência, mas esse é um objetivo de médio e longo prazo – a Itália, por exemplo, projeta um período de até 30 meses para se tornar independente do gás da Rússia.
Na semana passada, a União Europeia já fechou um acordo para aumentar as importações de gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos. “Os EUA querem resolver seus próprios problemas às custas dos outros. Tentam fazer a Europa comprar o gás americano, que é mais caro”, declarou Putin.
Reações – Após o anúncio do presidente russo, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, disse que as empresas do país continuarão honrando seus contratos em euros.
“Olhamos os contratos, e está escrito que o pagamento é em euros. Eu esclareci no telefonema [com Putin] que vai continuar assim”, disse o chefe de governo alemão, que conversou com Putin na última quarta (30).
Já o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, garantiu que o país “não vai aceitar de maneira nenhuma pagar pelo gás em outras moedas que não aquelas estipuladas em contrato”.
Le Maire também destacou que o governo francês já está se preparando para uma eventual interrupção no fornecimento.
*De Gazeta Brasil, com informações de Ansa