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Os procedimentos oncológicos tiveram uma queda considerável durante a pandemia da Covid-19, segundo pesquisa da Caixa de Previdência e Assistência dos Servidores da Fundação Nacional de Saúde com 40 mil beneficiários do plano a nível nacional.
De acordo com o levantamento, os tratamentos com quimioterapia diminuíram em torno de 14%. Já as radioterapias recuaram 28%. Exames como colonoscopia e mamografia tiveram queda ainda maior, de 35%.
A pesquisa analisou os procedimentos oncológicos três meses antes do primeiro caso da Covid-19 e três meses depois.
O Diretor-Presidente da entidade, João Paulo dos Reis Neto, chama atenção para o aumento da mortalidade dos pacientes de câncer:
“Verificamos que de abril a agosto, nos últimos cinco anos, houve uma quantidade x de mortes que são esperadas pelo próprio envelhecimento. Então comparamos com a projeção de 2020, o que aconteceu de verdade e verificamos que houve um excesso de 41%. Isso significa dizer que ampliando essa análise desse estudo para toda a saúde suplementar, em torno de 40 mil vidas foram perdidas por conta da Covid-19 e das doenças relacionadas à Covid-19, as complicações, comorbidades e também os casos de câncer”.
O oncologista Stephen Stefan alerta que, com os atrasos dos diagnósticos, haverá uma mortalidade maior por câncer de mama nos próximos dois ou três anos: “Difícil imaginar exatamente quando esses números vão acontecer, mas dados sugerem que câncer de mama é provável que vamos observar uma mortalidade maior de 10 a 15% daqui a três anos”.
Os especialistas apontam que a pandemia tornou mais nítida as diferenças entre o sistema de saúde pública e o sistema privado de uma maneira geral. A situação melhorou um pouco, os pacientes estão retomando os tratamentos, mas os médicos reforçam que há formas seguras de fazer os exames, sempre com orientação de profissionais.
