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Os investimentos públicos em infraestrutura previstos até o fim de 2022 podem render R$ 40,4 bilhões ao PIB brasileiro até o fim de 2023. O dado considera R$ 28 bilhões na implantação de projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) previstos até o próximo ano em transporte, logística e saneamento.
A estimativa faz parte do estudo “Raio X do setor de Infraestrutura”, feito pela LCA Consultores a pedido do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada – Infraestrutura (Sinicon) apresentado nesta quarta-feira (14).
Isso significa que a cada R$ 1 aplicado em infraestrutura, R$ 1,44 é revertido para a economia. Além do impacto sobre o PIB, observa-se ainda, na pesquisa, a geração de 943,5 mil empregos, arrecadação de R$ 6,4 bilhões em impostos e pagamento de R$ 14,4 bilhões em salários.
De acordo com o levantamento, o Brasil investiu R$ 123,9 bilhões em infraestrutura em 2019, o que equivale a 1,71% do PIB. Caso a taxa se mantenha, o estoque de infraestrutura – tudo o que havia sido investido, descontada a depreciação – do país deverá cair.
Em 2019, foi de 36,36% do PIB e pode chegar a 32,09% até 2040.
Para que o país se equipare à media mundial desse estoque em 20 anos (aproximadamente 69% do PIB), os investimentos têm que chegar a 4,8% do PIB. O percentual é menor que os praticados por países como Paraguai (5,4% do PIB) e Marrocos (5,0% do PIB).
O estudo destaca ainda o perfil dos empregos no setor de construção pesada. Dos empregados, 91% são homens e 64,2% são pardos ou pretos. Dos que têm carteira assinada, 33,9% têm de 30 a 39 anos e 84,1% estudaram até completar o ensino médio.
Em 2019, o volume de empregos no setor cresceu 12% frente a 2018, chegando a 709 mil, mas ainda não alcançou o número de empregados de 2015 (824 mil). Segundo o levantamento, o setor é o que melhor remunera funcionários com este recorte, registrando salário 15,6% acima da média de 2018.
Com a diminuição do número de empregos no setor há, portanto, impacto na renda desses profissionais ainda que sejam realocados em outros setores.