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Na madrugada deste sábado (27), a cidade de Santa Maria, na Região Central do estado, recordou os 11 anos da tragédia ocorrida na Boate Kiss, que vitimou 242 pessoas. Anualmente, a população se reúne para prestar homenagens aos mortos e sobreviventes do incêndio na casa noturna.
(Foto: Marcelo Oliveira/Prefeitura de Santa Maria)
Com o tema “Justiça e Prevenção, para que Nunca Mais Aconteça”, a programação teve início na noite de sexta-feira (26) e continua ao longo do sábado (27). As atividades buscam homenagear as vítimas da trágica madrugada de 27 de janeiro de 2013, que resultou em 636 feridos, configurando-se como a maior tragédia do Rio Grande do Sul e a segunda maior do país em número de vítimas em um incêndio.
(Foto: Marcelo Oliveira/Prefeitura de Santa Maria)
As homenagens começaram com um acolhimento na Tenda da Vigília, montada na Praça Saldanha Marinho. Posteriormente, uma caminhada até o prédio onde ficava a Boate Kiss contou com a distribuição de máscaras com frases de reflexão sobre o ocorrido. Ao chegarem ao local, as máscaras foram dispostas ao longo da fachada, marcando a despedida das ruínas que em breve darão lugar ao Memorial às Vítimas da Boate Kiss.
(Foto: Marcelo Oliveira/Prefeitura de Santa Maria)
Outra iniciativa envolveu mais de 250 calçados dispostos no estacionamento do Carrefour, onde o público os pegou para colocar na calçada da boate. Flores foram adicionadas a cada par, proporcionando um momento representativo com relatos de familiares de vítimas e músicas emocionantes, promovido pelo Coletivo de Psicanálise de Santa Maria.
Às 2h30min deste sábado (27), aproximadamente o horário do início do incêndio, o nome de cada vítima foi lido, seguido por um minuto de aplausos e um abraço coletivo, encerrando a vigília. No mesmo dia, a partir das 18h30min, terão início painéis de discussão com familiares de vítimas e sobreviventes, abordando também casos de impunidade em outras tragédias do Brasil.
(Foto: Marcelo Oliveira/Prefeitura de Santa Maria)
A cidade também aguarda o segundo julgamento dos quatro réus pelo incêndio, marcado para 26 de fevereiro, no Foro Central de Porto Alegre. O primeiro julgamento, o mais longo do estado, resultou em condenações de 18 a 22 anos, mas foi anulado a pedido das defesas. O novo julgamento abordará novamente a questão do dolo eventual nos episódios que levaram ao incêndio. O Ministério Público busca a reversão da anulação para garantir a condenação dos réus, com a decisão do recurso ao Supremo aguardada para fevereiro. Se não houver mudanças, o órgão está preparado para o julgamento em 26 de fevereiro.
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