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A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução nesta quarta-feira (10) referente à invasão da Embaixada do México no Equador por policiais equatorianos na semana passada.
A invasão, realizada com o objetivo de prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que havia sido condenado pela Justiça equatoriana, resultou em uma crise diplomática entre os dois países. Como consequência, o México decidiu romper suas relações com Quito.
A resolução aprovada pela OEA, por uma ampla maioria, insta os dois governos a iniciarem um diálogo, em conformidade com o Direito Internacional.
O texto foi aprovado com 29 votos favoráveis e um contra, este último proveniente do Equador. El Salvador optou pela abstenção, enquanto o Brasil votou a favor.
Entre os pontos destacados na resolução estão a condenação da intrusão na embaixada e dos atos de violência contra o pessoal diplomático, enfatizando a obrigação de todos os Estados de garantir o respeito aos privilégios e imunidades das missões diplomáticas. Além disso, a resolução exige que os Estados membros assegurem a inviolabilidade das sedes diplomáticas e de seu pessoal sem exceção, e pede o início de um diálogo entre as partes para resolver o assunto de forma construtiva.
As relações entre Equador e México já estavam tensas antes da invasão da embaixada mexicana em Quito. Na semana anterior, a embaixadora do México no Equador foi declarada “persona non grata” após o governo equatoriano criticar comentários considerados “infelizes” feitos pelo presidente mexicano sobre as eleições equatorianas de 2023.
No dia seguinte, o México anunciou ter concedido asilo político a Jorge Glas, condenado a seis anos de prisão por corrupção em um caso envolvendo a Odebrecht. Glas estava na embaixada mexicana desde dezembro de 2023, alegando ser alvo de perseguição por parte da Procuradoria-Geral do Equador.
O Ministério das Relações Exteriores do Equador alegou que o México violou acordos de asilo político ao conceder abrigo a Glas e solicitou permissão ao México para entrar na embaixada em Quito e prender o ex-vice-presidente.
Durante a noite, um grupo de policiais equatorianos foi até a Embaixada do México em Quito, fechando a principal avenida de acesso e arrombando as portas externas da sede mexicana.
O encarregado da Embaixada do México no Equador, Roberto Canseco, condenou o ocorrido, caracterizando-o como um atropelo ao direito internacional e uma ação inaceitável e de barbárie. Ele expressou sua indignação com a invasão, descrevendo-a como um comportamento criminoso.