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A Polônia decidiu intensificar sua presença militar e fortalecendo seus sistemas de defesa ao longo da fronteira com a Bielorrússia e a Rússia, região que também marca o limite oriental da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan.
O Ministério da Defesa e o Exército polonês anunciaram nesta quarta-feira (10) que o objetivo é apoiar os guardas de fronteira locais e aumentar a preparação contra possíveis ameaças de Moscou e Minsk, além de proteger infraestruturas críticas sob o programa governamental “Escudo Oriental”.
Segundo o chefe do Estado-Maior do Exército polonês, general Wieslaw Kukula, atualmente cerca de 6 mil militares estão na região. A longo prazo, o plano é expandir esse contingente para até 17 mil, com 8 mil destacados e 9 mil na reserva, prontos para mobilização em 48 horas, formando uma “força de reação rápida na fronteira”.
O vice-ministro polonês da Defesa, Cezari Tomczik, afirmou que os objetivos do projeto devem ser alcançados até 2028, antecipando a meta original de 2032.
Varsóvia está investindo mais de 2 milhões de euros em segurança e fortificação de suas fronteiras com a Rússia e a Bielorrússia, conforme declarado pelo primeiro-ministro Donald Tusk.
A Polônia iniciou negociações com o Banco Europeu de Investimentos para apoio financeiro e espera decisões similares em nível europeu.
Além disso, o país europeu adquiriu equipamentos militares significativos dos EUA e da Coreia do Sul, com investimentos substanciais.
Desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022, a Polônia tem mostrado apoio a Kiev e se tornou um corredor crucial para o transporte de armas ocidentais à Ucrânia.
A preocupação de Varsóvia com possíveis ameaças russas também levou a uma rápida modernização de suas Forças Armadas, com um orçamento de defesa que corresponde a cerca de 4% do PIB, o mais alto entre os países da Otan liderada pelos EUA.
Em agosto, a Polônia enviou 10 mil soldados para o leste do país devido às crescentes tensões com Minsk e Moscou, especialmente após a presença de mercenários do Grupo Wagner na Bielorrússia. Em janeiro, caças F-16 foram deslocados para proteger a fronteira leste com a Ucrânia, em resposta aos ataques russos significativos no país vizinho.
O anúncio polonês ocorre um dia depois da Bielorrússia ter revelado a presença de tropas chinesas em exercícios militares conjuntos perto da fronteira com Varsóvia, refletindo a escalada das tensões entre os dois países.