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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) alcançou R$ 550,3 bilhões em créditos nos primeiros nove meses de 2024, o maior valor desde 2017. O montante representa um aumento significativo, com as consultas atingindo R$ 258,9 bilhões, um crescimento de 30% em relação ao mesmo período de 2023 e de 153% sobre 2022.
Os desembolsos, por sua vez, totalizaram R$ 87 bilhões, com um crescimento de 15% em comparação ao ano passado.
A indústria se consolidou como o principal destino do crédito aprovado pelo banco, com R$ 37 bilhões recebidos em 2024, ultrapassando pela primeira vez, desde 2017, o setor agropecuário, que obteve R$ 35,1 bilhões. Esse movimento foi impulsionado pelas políticas de fomento do governo federal e pelo programa Nova Indústria Brasil. O crédito destinado à indústria cresceu 108% em relação a 2023 e 263% em comparação com 2022. Na agropecuária, o aumento foi de 15,5% sobre 2023 e 49% em relação a 2022.
Nos setores de comércio e serviços, o crédito aprovado chegou a R$ 24,5 bilhões, enquanto em infraestrutura foi de R$ 40,8 bilhões. Quase 80% dos créditos desembolsados seguiram taxas de mercado, e 21% receberam taxas incentivadas, como a TR (Taxa Referencial) e as vinculadas ao Plano Safra. Os números não incluem os desembolsos realizados pelo programa emergencial de apoio à reconstrução das cidades do Rio Grande do Sul afetadas pelas enchentes no primeiro semestre.
O aumento da concessão de crédito está alinhado com a meta do presidente do banco, Aloizio Mercadante, de alcançar 2% do PIB em desembolsos totais. Atualmente, o valor está em 1,1% do PIB, sem aumento proporcional em relação ao ano anterior.
No entanto, as aprovações de crédito devem atingir 1,9% do PIB até o final do ano, aproximando-se da meta de Mercadante, com a diferença entre aprovações e desembolsos explicada pelos processos burocráticos dos empréstimos dentro do banco.
Em entrevista a jornalistas, o diretor de planejamento e relações institucionais do BNDES, Nelson Barbosa, afirmou que a instituição está retornando ao seu tamanho padrão e refutou críticas sobre o banco estar revivendo o “inchaço” observado no final do segundo mandato do presidente Lula e nos governos de Dilma Rousseff.
Barbosa lembrou que, em 2010, os desembolsos do BNDES representaram 4,3% do PIB, voltando a ficar abaixo de 2% apenas em 2016, com 1,4% do PIB.
Ele também destacou que o aumento do crédito do BNDES não contribui para a inflação nem para o aumento da taxa de juros. Além disso, o banco tem expandido sua carteira de participações societárias, que, neste ano, alcançou R$ 81,7 bilhões, comparado aos R$ 62,7 bilhões no último ano do governo Jair Bolsonaro. O BNDES estima que, até o final do ano, o banco deve receber R$ 25 bilhões em dividendos.