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A abertura da cúpula do G-20, que teve início nesta segunda-feira (18) foi marcada por um aperto de mãos frio e distante entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Argentina, Javier Milei. Apesar de uma cordial recepção inicial, as discordâncias entre os dois líderes sobre diversos pontos da declaração final da cúpula geraram preocupações de que os debates possam fracassar.
Milei, que chegou acompanhado de sua irmã, Karina Milei, secretária da presidência, já havia sinalizado anteriormente seu desacordo em relação a temas chave da cúpula, incluindo multilateralismo, gênero, sustentabilidade, tributação de grandes fortunas e questões ambientais. Porém, nas últimas semanas, sua postura tornou-se mais rígida, principalmente após a vitória de Donald Trump nas eleições primárias dos Estados Unidos. O relacionamento entre Milei e Trump, que se encontraram recentemente na Conferência Política da Ação Conservadora (CPAC) em Mar-a-Lago, Flórida, tem gerado apreensão entre diplomatas brasileiros, que temem que essa aliança política influencie negativamente as negociações.
Diferentemente das recepções calorosas que outros líderes, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, receberam de Lula, o cumprimento entre o presidente brasileiro e Milei foi formal e rápido. A foto oficial, sem gestos de proximidade, refletiu a tensão no relacionamento entre os dois. Em contraste, Lula foi mais afável com Biden, com apertos de mãos e até abraços.
Milei, considerado um líder da direita latino-americana, tem causado um grande desconforto entre os negociadores brasileiros, que temem que suas posições possam levar a um impasse na cúpula. A delegação brasileira teme que o argentino, com seu alinhamento político com Trump, se recuse a assinar a declaração final conjunta, o que geraria uma crise diplomática. Embora essa possibilidade seja vista como remota, a opção por um comunicado fragmentado, que excluísse os temas de oposição da Argentina, não pode ser descartada. Tal cenário, porém, também seria um fracasso diplomático para o evento.
A cúpula, que acontece no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, reúne líderes mundiais como Biden e Xi Jinping, presidente da China.