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Ao longo deste ano, o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), do Ministério da Saúde, manteve o programa de transplantes e realizou até agora 13 cirurgias. Durante a pandemia, ocorreram cinco transplantes em adultos e dois em crianças. Para referência, em 2019, um total de 18 transplantes foram realizados no instituto. A diretriz do instituto está baseada na assistência a pacientes que já não tem mais a possibilidade de tratamento terapêutico. É uma questão emergencial.
Um dos casos foi o adolescente Matheus Guimarães, de 15 anos que passou por um retransplante em 17 de fevereiro, deste ano. Ele nasceu com uma doença cardíaca genética e chegou ao instituto com 11 anos de idade. Foi avaliado pelo médico Alexandre Cauduro, coordenador de transplantes de coração pediátrico da unidade. “A situação do Matheus era bem delicada e ele teve que entrar na fila de urgência”, explicou Cauduro. O primeiro coração doado apareceu em 2018, em Curitiba, e foi transportado pela Força Aérea Brasileira. Em no máximo quatro horas, após uma grande operação, o coração novo batia no peito do adolescente.
Mas a história ainda estava longe de um final feliz. Após dois anos, o novo coração apresentou uma periocardite — uma inflamação na membrana que envolve e protege o coração – levando o garoto a uma nova cirurgia. No hospital, ele teve uma parada cardíaca súbita e ficou por duas horas sendo reanimado pela equipe médica, até poder ser ligado a uma máquina chamada “ECMO”, que cumpre a função do órgão em bombear o sangue para o corpo.
Matheus foi ressuscitado com sucesso, sem sofrer nenhum déficit neurológico. O coração que ele precisava apareceu no segundo dia de internação. Após quatro meses de internação, o adolescente teve alta do hospital. De acordo com a mãe de Matheus, Elisangela Guimarães, o INC salvou a vida do filho. “Eu só tenho a agradecer à equipe do Dr. Alexandre, ao Instituto, pela assistência de qualidade, rapidez no atendimento prestado ao meu filho. Graças a Deus ele está bem, em casa e melhor a cada dia.”
O INC atua há mais de 40 anos no Rio de Janeiro no tratamento de alta complexidade em doenças cardíacas, e hoje é responsável por 90% dos transplantes de coração no estado. Os outros dois hospitais que realizam transplantes são particulares e juntos realizam 10% dos procedimentos.
Para o Dr. João Manoel Pedroso, diretor-geral do Instituto, o INC e o Estado do Rio de Janeiro estão em terceiro lugar em número de transplantes dentre os estados, principalmente pela dedicação e treinamento intenso da equipe e o posicionamento da atual gestão em aprimorar ainda mais este serviço nestes últimos dois anos. “Hoje, no Brasil, são realizados apenas 20% dos transplantes cardíacos necessários para a população e é muito importante o trabalhado contínuo de ampliação dos transplantes. No caso de transplantes de pulmão, são realizados apenas 6% da real necessidade dos pacientes”, disse. Neste ano, o Instituto foi credenciado como a primeira unidade do SUS no Rio de Janeiro para a realização de transplantes de pulmão.
A equipe de cirurgiões do hospital é composta por seis especialistas. O serviço de transplantes funciona 24 horas por dia, 365 dias do ano. Cada cirurgia envolve o trabalho conjunto e simultâneo de três médicos.
Os doadores são selecionados pelo Programa Estadual de Transplante (PET). O órgão é ofertado ao INC e um dos cirurgiões da equipe destacada visita o doador para fazer a avaliação e a captação do órgão. Enquanto isso, os outros dois preparam o paciente receptor que se encontra na unidade.
Os pacientes de transplante são atendidos por uma equipe multidisciplinar do Instituto, composta por terapeutas ocupacionais, psicólogos, psiquiatras, farmacêuticos clínicos e fisioterapeutas tanto antes como depois da cirurgia.
Até o final de 2020, o INC pretende ampliar o número de transplantes, superando o número das 18 cirurgias do ano passado. O INC está concluindo a fase de aquisição de equipamentos específicos para transplantes de pulmão e o ambulatório de transplante de pulmão já está atendendo os pacientes que estão na fila de espera.