Uma operação da Polícia Federal (PF) na divisa do Pará com o Amazonas culminou na maior apreensão de madeira nativa da história do Brasil.
Ao longo dos últimos dias, os agentes da PF retiveram 131,1 mil metros cúbicos de toras, volume suficiente para a construção de 2.620 casas populares. As 43.700 toras estão dispersas por diversas esplanadas (pátios de madeira) ao longo dos rios Mamuru e Arapiuns, uma região de 20 mil km2, tamanho comparável a Sergipe.
O cálculo da apreensão é preliminar e considerado conservador pela PF. Haverá uma perícia mais apurada nos próximos dias com o apoio do Exército, no marco da Operação Verde Brasil 2.
O Ministério Público Federal acompanha a operação por meio do procurador da República Leonardo Galiano que visitará a região nesta semana.
“É uma área que estava sofrendo uma devastação irracional, que de forma alguma pode ser chamada de manejo florestal”, afirma o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, comandante da operação.
“O comércio ilegal de madeira sofrerá um baque muito grande com esse trabalho.”
A operação foi batizada de Handroanthus GLO, que une o nome científico do ipê, a árvore mais cobiçada pelos madeireiros na Amazônia, à sigla da Garantia da Lei e da Ordem, o marco legal que autoriza o emprego das Forças Armadas no combate a crimes ambientais na Amazônia.
O recorde de apreensão havia ocorrido em 2010, quando foram apreendidos cerca de 65 mil metros cúbicos na Reserva Extrativista (Resex) Renascer, também no oeste do Pará. O volume é a metade do que foi retido na semana passada.