Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
Em depoimento, Juberlândio Diniz Alvarenga, de 36 anos, preso pela morte de Roger André Soares da Silva, 29, disse que desenhou as cruzes na parede com o sangue do rapaz como forma de punição por ele ser homossexual.
Juberlândio foi preso em São Paulo e fez oitiva com o delegado de Urupês, Sérgio Augusto Ugatti Durão. Ele confessou o crime, mas como justificativa alegou legítima defesa por ter suspostamente sido encurralado pela vítima.
O criminoso está preso no presídio de Icem, próximo à cidade onde foi localizado, em uma pousada de Urupês (SP). Não há data para a transferência dele para Mato Grosso.
O homem foi indiciado pelo homicídio com três qualificadoras: motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. De acordo com o delegado o caso, o homem disse que Roger foi morto após uma discussão pela vítima ser gay.
“Ele disse que a vítima se ofereceu para fazer sexo oral nele. Contou que no dia do crime ele bebia no bar, onde conheceu a vítima. Eles conversaram e o Roger ofereceu uma carona de moto. Como estava embriagado, ele aceitou a carona”, conta.
De acordo com o depoimento, eles foram para casa onde continuaram bebendo. E, em determinado momento, Roger teria feito o convite.
“Houve uma luta corporal e ele sacou o canivete”, disse o criminoso, que nega ter posicionado o corpo da vítima em cruz e afirmou que Roger ficou da maneira que caiu.
“Isso contradiz o inquérito da DHPP de Cuiabá, onde ficou demonstrado que ele ornamentou a posição dos braços e pés, que Roger foi realmente colocado em uma cruz”, frisou o delegado.
Ele detalhou ainda que o Juberlândio disse que as três cruzes desenhadas com sangue não estavam ligadas às mortes a ele atribuídas, que são três no total. Sendo duas delas na Paraíba e uma em Cuiabá.
“Ele disse que fez aquilo pelo fato da vítima ser homossexual. Entendia, na visão dele, que se diz uma pessoa religiosa, que estava repreendendo, punindo a vítima e por isso desenhou as cruzes”.
Mesmo negando ter qualquer tipo de relação com a vítima, o inquérito diz o contrário.
O corpo de Roger foi encontrado dentro de uma residência na região Sul de Cuiabá. O corpo apresentava perfurações provocadas por arma branca e na sala da casa os investigadores e peritos encontraram diversas manchas de sangue espalhadas no chão e paredes, indicando um cenário de filme de terror, de acordo com peritos.
A Polícia Civil apurou ainda que o autor do crime já teria trabalhado em 2016 para o dono do imóvel onde ocorreu o crime. Ele reapareceu, muito tempo depois, procurando trabalho e um local para morar e contou ter tido problemas com a Justiça na Paraíba, mas que já teria cumprido parte da pena.
O dono do imóvel declarou à Polícia Civil que o suspeito teria trabalhado com ele em 2021, mas que nunca apresentou um documento de identificação e tinha um comportamento reservado e sem amizades.
Os policiais identificaram que, em 22 de abril, o investigado esteve no terminal rodoviário do Coxipó, sendo posteriormente reconhecido por fotografia por um funcionário da empresa prestadora de serviço do local.
Além do mandado de prisão, decretado pela Justiça de Mato Grosso pelo homicídio de Roger André, consta também uma ordem de prisão da Comarca de Itaporanga, no interior da Paraíba, onde o criminoso foi condenado a 15 anos por outro homicídio qualificado.