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A Polícia Civil da Bahia finalizou na quinta-feira (10) o inquérito policial sobre a morte da adolescente Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, que aconteceu em julho deste ano em uma comunidade cigana, na cidade de Guarantinga, no sul da Bahia (BA).
O caso foi encaminhado para a Justiça e o anúncio foi feito nesta sexta-feira (11) pela polícia.
Segundo a investigação da Polícia Civil, o tiro que matou a adolescente de 14 anos foi disparado de forma acidental pelo cunhado da menina, quando a criança, de 9 anos, e Hyara brincavam com a arma no quarto dela.
A versão já havia sido apontada pelos familiares do companheiro e do cunhado de Hyara. Porém, a família da garota rechaçava a versão e alegava que o crime teria ocorrido por vingança, já que um tio de Hyara teria um relacionamento extraconjugal com a sogra da garota.
“O fato que aconteceu foi JD (iniciais do nome da criança), que é meu filho e cunhado de Hyara, brincando com a arma e teve um disparo acidental”, disse Júnior Silva Alves, sogro de Hyara, em um vídeo divulgado no dia 27 de julho.
A sogra de Hyara Flor foi indiciada por homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo, considerando que a pistola utilizada no crime pertencia a ela.
Ainda de acordo com a polícia foram analisados laudos periciais, e 16 pessoas foram ouvidas, entre elas, duas crianças que prestaram depoimento especial com a presença de promotor de Justiça da Promotoria da Infância e da Juventude do MP da Bahia.
Também foram analisadas imagens de câmera de vigilância do endereço do fato, documentos e mensagens de celular e redes sociais, além de apurações em campo.
O adolescente ex-companheiro da vítima, que foi apreendido no Espírito Santo, foi ouvido por meio de vídeo conferência pela juíza da comarca de Guaratinga.
Segundo a Polícia Civil, a permanência na internação socioeducativa será definida pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário.
O advogado Homero Mafra, que responde pela defesa do adolescente apreendido, disse que a inquérito confirma a versão que era apontada pela família do jovem desde o começo das investigações.
Ainda de acordo com ele, a defesa espera que o adolescente de 14 anos seja liberado o mais breve possível.
“A conclusão que a polícia chegou, segundo as notícias, é aquela que a família sempre sustentou: que se tratava, se tratou de um disparo acidental feito pelo filho mais novo. Quanto às demais conclusões, nós vamos ter que examinar o inquérito para que se possa ter uma posição, tanto no que diz respeito ao homicídio culposo quanto ao que diz respeito ao porte de arma. Quanto a liberação ou não depende de decisão judicial. O que a gente espera é que aconteça mais breve possível. Tenho certeza de que nesse caso no que toca a autoria dos disparos a conclusão está absolutamente correta e se fez justiça”, afirmou.
O inquérito ainda indiciou um tio da cigana Hyara For por disparo de arma de fogo.
Os tiros teriam sido disparados contra a residência do casal de adolescentes após a morte da jovem.