Oito das 21 armas furtadas do Arsenal de Guerra de Barueri (SP) foram apreendidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na última quinta-feira (20). As armas foram encontradas na favela da Gardênia Azul, na zona oeste da capital fluminense, e teriam passado pelas mãos de traficantes de três favelas dominadas pelo Comando Vermelho antes de serem encontradas. Outras 13 armas ainda estão desaparecidas.
De acordo com a Polícia Civil ao portal UOL, as armas foram levadas para a favela da Rocinha, na zona sul do Rio, em um primeiro momento. Em seguida, foram levadas para o Complexo da Penha, na zona norte, e oferecidas para traficantes da favela Nova Holanda, no Complexo da Maré. No entanto, não chegaram nas mãos dos traficantes locais.
A apreensão das armas foi feita após uma ligação de um informante anônimo para a polícia. Fontes ouvidas pelo UOL acreditam que a ligação partiu do próprio tráfico, que teria optado por entregar as armas para evitar uma investigação mais aprofundada, que poderia atrapalhar as ações do crime organizado nas favelas do Rio.
A região onde as armas foram localizadas é a mesma que deu origem a uma guerra entre grupos criminosos, que deixaram ao menos 50 mortes só neste ano. Após uma aliança entre o Comando Vermelho e a maior milícia do Rio, o tráfico passou a atuar desde o começo deste ano na Gardênia Azul, até então reduto exclusivo da milícia. Com isso, se intensificou uma disputa interna dentro dos grupos paramilitares, com assassinatos nas favelas do Rio.
Um dos episódios relacionados com essa disputa foi o assassinato de três médicos na madrugada de 5 de outubro em um quiosque na Barra da Tijuca. Segundo a Polícia Civil, eles foram mortos porque um deles foi confundido com um miliciano rival do mesmo grupo que ajudou o Comando Vermelho a passar a vender drogas na Gardênia Azul, onde as armas do Exército de SP foram encontradas.
As armas recuperadas foram quatro metralhadoras ponto 50 e outras quatro MAGs. O diretor do Arsenal de Guerra em São Paulo, tenente-coronel Rivelino Barata Batista de Sousa, foi exonerado do cargo por decisão do Comandante do Exército.