Assunto preferido dos tabloides americanos, Britney Spears compartilhou uma experiência profundamente pessoal e dolorosa. Em sua autobiografia “The Woman in Me” (A Mulher em Mim), que será lançada no próximo 24 de outubro, a cantora revelou que engravidou do então namorado Justin Timberlake há mais de 20 anos, mas fez um aborto porque o cantor ‘não queria ser pai’ naquele momento. Britney e Justin teriam feito um acordo para que ninguém soubesse da gravidez e, consequentemente, da morte do bebê. O procedimento foi feito em casa, sem ajuda médica e sem conhecimento da família.
Nos trechos do livro divulgados pela TMZ, Britney ainda conta que o procedimento foi extremamente doloroso, e Justin tentou ajudar a amenizar o momento tocando violão.
“Continuei chorando e soluçando até que tudo acabou. Demorou horas, e não me lembro como terminou, mas lembro, vinte anos depois, da dor e do medo.”
Essa triste revelação de uma estrela do pop, destaca o profundo ônus psicológico que o aborto pode impor a uma mulher independente de sua posição social. Situação que pode ter, inclusive, colaborado para agravar os diversos problemas psicológicos de Britney.
A “solução” da morte da criança no ventre é frequentemente apresentada como única saída para lidar com uma gravidez “inesperada” quando as circunstâncias parecem desfavoráveis. No entanto, a confissão de Britney destaca o fato de que essa escolha não é isenta de consequências que podem ser devastadoras. O trauma emocional e psicológico que pode acompanhar um aborto é uma realidade que muitas mulheres enfrentam, uma dor frequentemente ignorada pela militância da morte e que muitas vezes fica escondida no íntimo de quem comete o crime.
“Tenho certeza de que as pessoas vão me odiar por isso, mas concordei em não ter o bebê. Não sei se foi a coisa certa a se fazer. Se tivesse que decidir sozinha, nunca teria feito isso”, afirma a artista no livro.
O caso de Britney Spears é um lembrete sombrio de que o impacto do aborto na saúde mental pode ser profundo. A estrela pop confessou o uso de drogas ao longo da carreira e protagonizou uma verdadeira batalha para se livrar da tutela de seu pai, Jamie Spears, ao longo de 14 anos — o que resultou em um movimento apelidado de “Free Britney” pelos seus fãs. Jamie conseguiu judicialmente a tutela da filha após seus sucessivos episódios de crise mental.
Foi a partir de 2007 que os problemas mentais de Britney se tornaram públicos. Na época, ela já havia feito o aborto de seu filho com Justin. Entre esse ano e o seguinte, a cantora passou por diversos problemas na vida pessoal, como o divórcio de Kevin Federline; a perda da custódia dos filhos Sean (2005) e Jayden (2006); e a internação em uma clínica de reabilitação. Foi nesse período também que ela raspou a cabeça e atacou o carro de um paparazzi.
Após a confissão de que não queria realizar o aborto, mas se sentiu pressionada a fazê-lo por Justin, é impossível ignorar a provável correlação entre essa experiência traumática e suas contínuas batalhas com a saúde mental. O luto, a culpa e o sofrimento emocional que podem surgir após um aborto não podem ser subestimados, e o processo de cura pode ser uma jornada que durará por toda a vida da mulher, esses pontos importantes, porém, não são mencionados pela militância abortista propositalmente.
Segundo o jornal inglês News of the world”, enquanto esteve internada, a estrela pop protagonizou cenas assustadoras. Na pior delas, Britney escreveu o número 666 em sua cabeça raspada e saiu correndo pela clínica de reabilitação gritando “eu sou o Anticristo”, além de dizer “eu não sou de verdade, não sou de verdade”.
Na mesma noite, segundo um amigo da cantora revelou ao jornal, ela tentou se enforcar usando um lençol. Os paramédicos chegaram a ser chamados, mas ela escapou ilesa da tentativa de suicídio. O caso também foi relatado na biografia não-autorizada do jornalista investigativo Ian Halperin.
“Conversei com ela várias vezes e fui à casa dela. As tentativas de suicídio são verdadeiras. Eu sei de todos os detalhes das duas ocasiões”, conta o jornalista.
Recentemente, Britney recebeu a visita da polícia em sua casa após postar um vídeo dançando com facas no Instagram. Mais tarde, a artista explicou que as facas eram na realidade peças falsas usadas para produções cinematográficas, mas o “estrago” já estava feito. Devido ao seu histórico mental, fãs preocupados acionaram as autoridades para conferir se a cantora estava bem.
A narrativa da esquerda em torno do aborto busca romantizar o crime e associá-lo ao direito de escolha da mulher, ignorando a vida da criança e as consequências, muitas vezes irreversíveis, que o ato de tirar a vida do próprio filho podem causar à mulher. A história de Britney Spears serve como um lembrete vívido de que essa decisão, mesmo em países ou estados em que a prática é legalizada, nunca é tão simples quanto a militância abortista costuma retratar.
Problemas de saúde mental de Britney são sérios e “complexos”, diz pai
Jamie Spears, pai de Britney Spears, que renunciou ao seu papel de tutor após 13 anos em um processo conturbado, afirmou em documentos legais relacionados à tutela da artista que as pessoas o elogiariam se tivessem conhecimento de informações “altamente confidenciais” que detalham a gravidade dos problemas psiquiátricos da cantora. Segundo Jamie, os vícios e transtornos mentais de Britney são muito mais graves do que o público tem acesso.
O pai também reforçou que seu único objetivo foi “salvar” sua filha, e disse que “não há dúvidas” que sua tutela “a salvou do desastre, a apoiou quando ela mais precisou, protegeu ela e sua reputação e facilitou a restauração de sua carreira”.
Pink sofreu por aborto e precisou de terapia
Em 2019, Pink contou que enfrentou vários abortos espontâneos, sendo o primeiro deles quando tinha apenas 17 anos. Esses episódios deixaram uma marca duradoura na vida da cantora, levando-a a questionar se seu próprio corpo “a odiava”.
“Eu sempre tive esse corpo de atleta muito forte, mas na verdade aos 17 anos eu tive um aborto espontâneo. E eu ia ter aquele filho, mas quando isso acontece com uma mulher ou uma menina, você sente que seu corpo odeia você e que seu corpo está quebrado e não está fazendo o que deveria fazer. Eu tive vários abortos desde então, então eu acho que é importante falar sobre o que você tem vergonha, quem você realmente é e o doloroso problema”, contou ela.
Estudo mostra que mulheres que abortam são seis vezes mais propensas ao suicídio.*
O impacto desse trauma foi tão profundo que a artista dedicou uma de suas músicas para falar sobre a perda de seu filho. Em uma entrevista ao site USA Today, Pink compartilhou que a letra da canção “Happy,” presente no álbum “Hurts 2B Human,” foi inspirada por esse evento trágico, revelando sua batalha contra a baixa autoestima e a ansiedade.
Confira um trecho da música:
“Já vi todos os terapeutas, mas eu sou uma vadia cínica
(Não gosto de falar sobre os meus sentimentos)
Eu tomo mais uma dose, encontro mais uma solução falsa
Porque é mais fácil do que curar
Desde que eu tinha 17 anos
Eu sempre odiei meu corpo
E parece que meu corpo me odeia
Alguém pode me achar um remédio
Para que eu não sinta mais medo de mim mesma?”
Apesar das dificuldades para levar as gestações até o final, hoje Pink é mãe de Jameson Moon Hart e de Willow Sage Hart.
“Tenho mais orgulho das minhas crianças do que qualquer outra coisa que eu tenha feito na vida”, disse. Ambos são fruto do relacionamento dela com o ex-piloto de motocross Carey Hart.
Referências:
* De acordo com uma pesquisa conduzida pelo doutor Gregory Pike, do Adelaide Center for Bioethics and Cultura, na Austrália, o suicídio é seis vezes mais frequente em mulheres que abortaram do que em mulheres que levaram a gestação até o fim e deram à luz, segundo um novo estudo realizado no Reino Unido. A pesquisa mostrou ainda que o risco de depressão e o de desordens de saúde mental aumentam em 30% após um aborto, e o de ansiedade em 25%.