O porta-voz da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), o major Rodrigo Vilardi, da Polícia Militar, disse nesta quinta-feira (2) que os saques à comércios registrados nos últimos meses na Cracolândia, no Centro de São Paulo, são resultado do trabalho policial forte feito na região.
Em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, Vilardi chamou a ação dos dependentes químicos na região da Santa Ifigênia, na noite de quarta-feira (1), de “cenas lamentáveis”, promovidas por criminosos que estão percebendo que a “farra e tranquilidade” de atuar na região está acabando.
“As cenas lamentáveis que ocorreram ontem, o ato dos criminosos ali na região, elas são, na verdade, uma reação a esse trabalho policial forte que vem sendo feito desde o começo do ano. E os criminosos estão percebendo que aquela farra e tranquilidade que eles tinham ali de atuar na região central nos últimos anos, ela está acabando”, disse.
Vilardi afirmou que, mesmo com os repetidos saques que vem ocorrendo desde abril em Campos Elíseos e Santa Ifigênia, os índices de violência na área estão caindo.
Segundo o major, a queda de furtos e roubos na região central onde se concentra a Cracolândia teve queda de quase 30%, passando de 2.268 registros, em outubro de 2022, para 1.586 ocorrências neste ano.
“Desde janeiro de 2023, as polícias aumentaram o número de prisões e o número de operações. A Polícia Militar, por meio da operação Impacto, e a Polícia Civil, por meio da Operação Resgate, já prenderam desde janeiro, mais de 4 mil criminosos naquela região. Isso dá em torno de 20 a 30% a mais de criminosos presos que no mesmo período do ano passado. Desde abril, nós já estamos com seis meses de queda de roubos e furtos. São cerca de 1.500 vítimas a menos de roubos e furtos na região”, declarou.
Vilardi também declarou que as polícias de São Paulo estão identificando todos os frequentadores do fluxo de usuários da Cracolândia. Até agora, segundo ele, 1.200 pessoas foram registradas, o que levou à identificação de 600 criminosos.
“Com nome, CPF e esse histórico, as polícias estão separando aquelas pessoas que são dependentes – que são pessoas que o problema é de saúde, não tem envolvimento criminal, dos criminosos que estão ali na região e são os que praticam as cenas que nós vimos ontem”, declarou.
“Isso é extremamente importante nessa fase – por isso essa reação dos criminosos – porque as polícias, além de identificar, elas já começaram a comunicar o Judiciário. Porque esses 600 criminosos, eles só estão nas ruas por alguma condição no processo. Já foram mais de 170 ofícios comunicados ao Poder Judiciário, para que seja determinado que esses criminosos ou sejam novamente presos, ou no mínimo sejam monitorados por meio de tornozeleiras eletrônicas”.