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Um dos presos pelos atos de 8 de janeiro morreu nesta segunda-feira (20). Cleriston Pereira da Cunha estava tomando banho de sol no Complexo da Papuda, em Brasília, quando teve um mal súbito por volta das 10h. Apesar dos esforços das equipes do Corpo de Bombeiros e do Samu, ele não resistiu e morreu menos de uma hora após começar a sentir-se mal.
De acordo com o colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, menos de um mês antes da morte de Cleriston Pereira da Cunha, outro homem detido por participação nos atos antidemocráticos na capital também havia falecido. No entanto, Antonio Marques da Silva, de 49 anos, ao contrário de Pereira, respondia em liberdade ao processo do Supremo Tribunal Federal. Ele faleceu em Barra do Garças (MT), sua cidade de residência, em 29 de outubro, às 17h30. A defesa de Marques informou ao ministro Alexandre de Moraes que a causa do óbito foi “choque neurogênico e traumatismo crânio encefálico grave”.
Quando foi preso, Marques fazia uso de dois medicamentos para controle de hipertensão arterial: losartana e hidroclorotiazida. Maranhense de Bom Jardim, Marques trabalhava como pavimentador de rodovias, mas estava desempregado quando foi a Brasília. Ele chegou à capital em 7 de janeiro, de ônibus, em uma viagem que, segundo disse à Polícia Federal, não lhe custou nada, e ficou acampado em frente ao Quartel General do Exército.
Marques foi detido em 9 de janeiro, na frente do QG, por ordem de Moraes. Ele afirmou à PF que esteve na Praça dos Três Poderes por volta das 16h30 de 8 de janeiro, mas o movimento já estava recuando e ele, conforme sua versão, não invadiu nenhum prédio público. Marques já foi filiado ao PDT e PSC, e estava filiado ao Solidariedade.
Denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em março, Marques respondia a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais e associação criminosa. A acusação contra ele foi aceita no começo de maio, com os votos de oito dos dez ministros que então compunham a Corte. Apenas Nunes Marques e André Mendonça votaram contra a denúncia.
Em agosto, a ação penal contra Marques foi suspensa por Moraes por 120 dias, em razão da possibilidade reconhecida pelo ministro de a PGR oferecer acordos de não persecução penal a réus do 8 de Janeiro. Diante da morte do cliente, a defesa de Antonio Marques informou a Alexandre de Moraes no último dia 13 e, na sexta (20/11), o ministro declarou extinta a punibilidade em relação a ele.