Apesar do progresso nas últimas décadas, o Brasil ainda enfrenta um desafio significativo no quesito saneamento básico: mais de 1,2 milhão de pessoas (0,6% da população) vivem em domicílios sem banheiro, sanitário ou buraco para dejeções, segundo dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os dados revelam que, embora o número de domicílios sem banheiro tenha diminuído desde o Censo de 2010, ainda há um longo caminho a ser percorrido para garantir o acesso universal a este serviço essencial. A situação é particularmente grave em alguns estados, como o Piauí, onde 5% da população vive sem acesso a um banheiro, seguido pelo Acre e Maranhão, ambos com 3,8%.
Apesar do número significativo de pessoas sem acesso a banheiros, o Censo 2022 também apresenta dados positivos. Em 2022, 97,8% da população brasileira (197,5 milhões de pessoas) viviam em residências com ao menos um banheiro de uso exclusivo, o que representa um aumento de 5,5 pontos percentuais em comparação com 2010.
A distribuição dos moradores em domicílios quanto à existência de banheiro ou sanitário revela a seguinte composição:
- 97,8% tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio
- 0,5% possuíam apenas banheiro de uso comum a mais de um domicílio
- 1,2% tinham apenas sanitário ou buraco para dejeções, inclusive aqueles localizados no terreno
- 0,6% não possuíam banheiro nem sanitário
Apesar do avanço, algumas regiões ainda enfrentam sérios problemas. O estado do Piauí apresenta a situação mais grave, com 5% da população vivendo sem acesso adequado a banheiros, seguido de perto por Acre e Maranhão, ambos com uma proporção de 3,8%.
Outro aspecto preocupante é a disparidade regional. As regiões Norte e Nordeste, embora tenham registrado avanços, ainda se encontram em um patamar inferior em comparação com as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Em 2022, por exemplo, enquanto 90,5% da população da região Norte tinha acesso a banheiro de uso exclusivo, esse número chegava a 99,9% no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Além disso, os dados mostram que o número de banheiros por domicílio também está em ascensão. Em 2010, 71,5% das residências possuíam apenas um banheiro, enquanto em 2022 essa proporção caiu para 66,3%, indicando um aumento de 5,2 pontos percentuais no número de casas com dois ou mais banheiros.
