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O Brasil contava com 796 mil profissionais de segurança pública em 2023, de acordo com levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Esse número representa uma queda de 6,8% em comparação com 2013, quando o país tinha 855 mil profissionais.
A principal redução foi no efetivo das Polícias Militares, que caiu 6,8%, passando de 434 mil para 404 mil agentes. Já as Polícias Civis e Perícias tiveram uma queda de 2%, de 116 mil para 114 mil profissionais.
Giane Silvestre, do FBSP, destaca que, apesar da queda no efetivo, muitos policiais estão trabalhando em atividades administrativas, o que poderia ser feito por outros profissionais. “Tem muitos policiais militares que trabalham na parte administrativa da própria instituição, um trabalho que não necessariamente requer uma expertise de Polícia Militar, que poderia ser feito por outras pessoas. É preciso repensar essa estrutura burocrática administrativa das instituições, liberando esses policiais que estão nas atividades-meio”, ressalta.
Outro problema apontado pelo estudo é o deslocamento de policiais militares para outras finalidades, como a segurança de autoridades. “Estão atuando em outros órgãos, fazendo segurança de autoridades, como juízes, desembargadores, promotores, procuradores. E essa cessão de policiais militares a outras instituições também agrava esse quadro de redução de efetivo nas polícias militares”, afirma Silvestre.
O levantamento do FBSP também mostra que apenas 12,8% do efetivo das Polícias Militares é composto por mulheres. A porcentagem é menor do que a representação feminina na Câmara dos Deputados (14,8%).
“É preciso chamar atenção também para isso, o quanto que a falta de diversidade de gênero está concentrada nas instituições militares. O que está relacionado com uma percepção de segurança pública muito equivocada, que preza por uma ideia de que a segurança pública tem que ser feita pelo enfrentamento, pelo uso da força. E aí são dois equívocos, essa ideia em si e a ideia que as mulheres não têm condições de fazer esse tipo de trabalho”, afirma Silvestre.
Para especialistas, é necessário aumentar o investimento na segurança pública, incluindo a criação de novas vagas para policiais e a valorização dos profissionais já existentes. Também é importante repensar a estrutura das Polícias Militares, liberando policiais que estão em atividades administrativas para o policiamento ostensivo.