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As recentes tempestades e enchentes no Rio Grande do Sul (RS) resultaram em mais de 150 mortes e deixaram milhares de desabrigados, impactando significativamente a economia local.
Com mais de 94% da atividade econômica do estado afetada, o setor produtivo manifesta preocupação quanto à sobrevivência das empresas, especialmente as pequenas e médias. Há uma demanda por medidas semelhantes às implementadas durante a pandemia para auxiliar na recuperação e na manutenção do emprego.
Desde o início dos eventos climáticos, tanto o governo estadual quanto o federal anunciaram a destinação de recursos e medidas de apoio às famílias e empresários. Os bancos também apresentaram diversas iniciativas (detalhadas abaixo).
**Medidas para o setor produtivo**
Embora as iniciativas anunciadas sejam consideradas positivas, representantes da indústria e do comércio destacam a necessidade de ações adicionais para recuperar os polos empresariais e manter os empregos.
“Ainda estamos na fase de acolhimento e de abrigo de pessoas, mas temos que pensar na recuperação que virá em seguida. Estamos trabalhando com o governo em busca de legislações semelhantes às da pandemia”, afirmou o presidente da Fecomercio-RS, Luiz Carlos Bohn. As sugestões incluem a flexibilização do mercado de trabalho, com adiantamento de férias, redução da jornada, possibilidade de suspensão de contratos e compensação futura do banco de horas, entre outros.
“Muitos pequenos negócios foram atingidos e o setor terciário perdeu força. Uma das grandes preocupações é manter as pessoas empregadas, o que será difícil sem novas políticas públicas e empréstimos a fundo perdido”, completou Bohn.
No dia 15 de maio, representantes de diversos setores econômicos do estado se uniram para elaborar o Programa de Recuperação Econômica e Social do Rio Grande do Sul, chamado “Resgate-RS”. O projeto, entregue ao presidente Lula, sugere sete iniciativas legislativas abrangendo esferas federal, estadual e municipal, focadas em medidas tributárias para a reconstrução da atividade econômica do estado.
**Logística e cadeia de produção**
Outro ponto destacado pelo setor produtivo são os problemas logísticos e os impactos na cadeia de produção causados pelas enchentes. Muitas empresas perderam estoques, máquinas e equipamentos, além de enfrentarem dificuldades no transporte de mercadorias devido à destruição das rotas de comunicação entre as cidades.
“Não sabemos o que encontraremos quando a água baixar completamente. A maioria das indústrias está parada, sem vender, sem receber e sem matéria-prima. Os poucos que conseguem faturar enfrentam problemas de deslocamento de seus produtos”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Arildo Bennech Oliveira.
Oliveira também destacou a necessidade de ações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), citando empresas próximas ao Rio Taquari que enfrentaram a terceira enchente em menos de um ano.
**Preocupações econômicas**
Há preocupações sobre como a falta de produtos e insumos e as dificuldades logísticas podem afetar a inflação regional e nacional. Na quinta-feira, 16 de maio, o Ministério da Fazenda revisou suas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 3,50% para 3,70%.
**Medidas governamentais**
O presidente da República anunciou várias medidas para a recuperação do RS, incluindo:
– Pagamento de R$ 5,1 mil para mais de 200 mil famílias atingidas
– Doação de casas para famílias das faixas 1 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida
– Inclusão de 21 mil famílias no Bolsa Família
– Antecipação do Bolsa Família e do Auxílio-Gás
– Antecipação da restituição do Imposto de Renda para moradores do RS
– Facilitação de crédito para famílias, empresas e pequenos agricultores
– Antecipação do pagamento do abono salarial de 2024
– Duas parcelas adicionais do seguro-desemprego
– Recursos para projetos de reconstrução de infraestrutura e equilíbrio econômico
Além disso, instituições financeiras anunciaram ampliação de linhas de crédito, isenção de tarifas e suspensão de cobranças para contratos com atraso curto.
**Perspectivas de recuperação**
Embora os prejuízos ainda não estejam completamente contabilizados, há esperança de que alguns setores se recuperem rapidamente, como o da construção civil e indústrias relacionadas. O presidente da FIERGS prevê uma recuperação mais rápida para as indústrias metalmecânica, alimentícia e moveleira, mas ressalta a preocupação com microempreendedores individuais e pequenas empresas.
**Medidas anunciadas pelos bancos e pelo governo**
O governo e as instituições financeiras detalharam diversas ações de apoio às famílias e empresas afetadas, abrangendo desde auxílios diretos a facilitação de crédito e isenção de tarifas.