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A maioria da população residente em favelas e comunidades urbanas no Brasil é negra, conforme os dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. O levantamento aponta que 56,8% dos moradores dessas localidades se autodeclaram pardos, e 16,1%, pretos. Já os brancos representam 43,5%, enquanto os indígenas somam apenas 0,8% da população.
Nos últimos 12 anos, a quantidade de moradores brancos nas favelas diminuiu, enquanto o número de negros cresceu. Entre 2010 e 2022, a população total de favelas aumentou 43,4%, chegando a 16.390.815 pessoas — um acréscimo de 5 milhões em relação ao Censo de 2010. Nesse período, a proporção de moradores brancos nas favelas caiu de 30,6% para 26,6%, enquanto o percentual de negros aumentou: os autodeclarados pretos passaram de 12,9% para 16,1%, e os pardos subiram de 55,5% para 56,8%.
Pretos e pardos são maioria em todas as regiões do país, exceto no Sul, onde os brancos correspondem a 55,9% da população de favelas, enquanto negros somam 43,8%.
No recorte indígena, apenas 0,8% dos moradores de favelas no Brasil se identificam como indígenas. No entanto, a região Norte se destaca, com 12,6% dessa população vivendo em comunidades. No Amazonas, essa proporção chega a 17,9%, seguido pelo Rio de Janeiro, com 12,7% de indígenas.
Entre os 16,4 milhões de moradores de favelas, 51,7% são mulheres e 48,3% são homens. As mulheres são maioria em todas as faixas etárias, com destaque para o grupo de 75 anos ou mais, onde representam 61,9%. Os homens predominam apenas na faixa etária de 0 a 14 anos (50,9%), embora a diferença seja pequena.
A população das favelas é mais jovem do que a média nacional. A idade mediana do Brasil é de 35 anos, enquanto nas favelas esse número é de 30 anos. O índice de envelhecimento nas favelas é de 45 idosos (60 anos ou mais) para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, abaixo da média nacional, que é de 80 idosos para cada 100 crianças.
O IBGE classifica como favelas e comunidades urbanas os territórios populares que surgem a partir de estratégias autônomas para atender às necessidades de moradia, comércio, serviços, lazer e cultura, diante da insuficiência de políticas públicas e falta de investimentos privados na garantia do direito à cidade.