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Uma gigantesca operação policial revelou uma intrincada rede de investimentos e atividades ilícitas do PCC no bairro Tatuapé, localizado na Zona Leste de São Paulo. De acordo com reportagem do jornal O Estadão, a maior facção do Brasil transformou o bairro em um centro de lavagem de dinheiro, utilizando imóveis de luxo, veículos importados, bitcoins e fintechs.
Durante a Operação Fim da Linha, policiais das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (ROTA) realizaram uma série de mandados na Rua Itapeti e encontraram evidências da infiltração do PCC na região. No Edifício Figueira Altos do Tatuapé, o prédio mais alto de São Paulo (SP) com 50 andares, foram apreendidas várias armas.
Embora o apartamento investigado esteja registrado em nome da AHS Empreendimentos, ele era utilizado pelo traficante Silvio Luiz Ferreira, conhecido como Cebola, um membro de alto escalão do PCC, que nega qualquer envolvimento com atividades ilícitas.
A investigação também destacou a atuação do advogado Ahmed Hassan Saleh, conhecido como “Mude”, suspeito de facilitar a lavagem de dinheiro através de imóveis de luxo na região.
Empresas de fachada e laranjas foram utilizadas para ocultar a identidade dos verdadeiros proprietários, membros do PCC e seus associados.
Imóveis avaliados entre R$ 2 milhões e R$ 20 milhões nos bairros do Tatuapé, Jardim Anália Franco e Vila Regente Feijó estão agora sob a mira da Receita e do Gaeco. Desde 2018, quatro operações policiais diferentes revisitaram diversos apartamentos na região, muitos dos quais pertenciam a figuras ligadas ao crime organizado.
A construtora Porte Engenharia, por exemplo, teve 3 dos 5 principais prédios listados em investigações. O ex-diretor da empresa foi identificado como corretor de imóveis de luxo para membros do PCC.
Além dos imóveis, o PCC expandiu suas operações para lojas de carros importados e fintechs. A empresa Cash Back Turismo e Serviços Empresariais, localizada no Tatuapé, teve R$ 200 milhões bloqueados pela Justiça sob a suspeita de operar como um “Banco do Crime”, movimentando R$ 10 bilhões em dois anos.
O Tatuapé tem se tornado um cenário de intensos conflitos relacionados ao tráfico de drogas, com assassinatos e disputas internas do PCC marcando a região. Entre as vítimas estão figuras notórias como Cabelo Duro, Galo e Magrelo, que foram mortos, enquanto outros membros da facção sofreram tentativas de homicídio.
A mudança para o Tatuapé sinalizou uma transformação no estilo de vida dos integrantes do PCC, que agora desfrutam de bares e restaurantes de luxo, exibem carros importados e participam de festas exclusivas. A associação com a área mais abastada da Zona Leste de São Paulo é vista como um símbolo de status e poder.
“É a nossa Little Italy, a nossa Sicília”, disse o promotor Fábio Bechara, do Gaeco, referindo-se ao bairro de Nova York (EUA) e à região da Itália dominados pela máfia.
A defesa de Cebola, representada pelo advogado Anderson Minichillo, afirma que seu cliente nunca teve imóveis no Tatuapé e nega envolvimento com o tráfico.
A defesa de Marcola também rebate as acusações, destacando a absolvição em 1ª instância e alegando falta de provas substanciais que liguem Marcola à lavagem de dinheiro.