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O ex-guarda civil municipal Elisson de Assis, acusado de integrar uma milícia que extorquia comerciantes no centro de São Paulo, entregou-se à polícia no início da tarde desta quarta-feira (7), no 93º Distrito Policial do bairro do Jaguaré, zona oeste da capital. A prisão de Elisson é parte da Operação Salut et Dignitas, iniciada pelo Ministério Público na terça-feira (6).
A exoneração de Elisson da Guarda Civil Municipal (GCM) foi oficializada e publicada hoje no Diário Oficial. Ele se apresentou ao 93º DP acompanhado por seus advogados.
De acordo com promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Elisson de Assis gerenciava “empresas de segurança” que ofereciam um serviço de “proteção” aos comerciantes contra criminosos e usuários de drogas, mas que, na prática, eram usados para extorsão. O ex-GCM é acusado de desviar o fluxo de dependentes químicos da Cracolândia, utilizando a influência da GCM para obter dinheiro de comerciantes e residentes da área.
Na Operação Salut et Dignitas, que visa combater práticas ilegais na região central, a polícia realizou 16 prisões e lacrou 56 imóveis. Esses locais, segundo as investigações, eram utilizados para armazenamento de drogas e armas do crime organizado, além de funcionarem como casas de prostituição e lavadores de dinheiro.
Entre os presos está Leonardo Moja, conhecido como “Leo do moinho”, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) na região. Durante a operação na favela do Moinho, próxima à Cracolândia, foi encontrado um detector de radiofrequência, que os criminosos usavam para monitorar as comunicações dos agentes de segurança.
O Ministério Público revelou que os quatro investigados, incluindo Elisson, faziam parte de uma milícia que, nos últimos anos, movimentou pelo menos R$ 3 milhões em extorsão de comerciantes na Cracolândia.
Em uma postagem nas redes sociais, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que acompanhou a operação de um helicóptero da Polícia Militar, afirmou que o objetivo da ação é “devolver o centro às pessoas”. Em coletiva de imprensa, ele prometeu que se o envolvimento de servidores públicos for comprovado, eles serão punidos tanto administrativamente quanto criminalmente.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também se pronunciou sobre a operação. “A Prefeitura desconhece a presença de milícias na cidade de São Paulo e mantém um regime rigoroso com a GCM. Contamos com 7.500 homens e mulheres dedicados a proteger a cidade. Os dois GCMs envolvidos na operação foram expulsos da Guarda Civil, e a Prefeitura solicitou a prisão de um deles ao MP. Não serão alguns casos isolados que mancharão a reputação dos 7.500 GCMs”, afirmou Nunes.