A Procuradoria de Perugia, na Itália, revelou uma trama de espionagem envolvendo políticos, personalidades, jornalistas e atletas, incluindo Cristiano Ronaldo e o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi.
Pasquale Striano, tenente da Guarda de Finanças da Itália, está sendo investigado por acessar bases de dados fiscais, antimáfia e de lavagem de dinheiro para obter informações sobre cinco ministros, vários secretários de Estado, o ex-primeiro-ministro Renzi, a viúva de Silvio Berlusconi, Marta Fascina, a parceira de Giuseppe Conte, Irene Pivetti, o presidente da Federação Italiana de Futebol, Gabriele Gravina, e o jogador de futebol Cristiano Ronaldo, conforme relatado pelo jornal italiano La Repubblica.
O suspeito, que trabalha na Direção Nacional Antimáfia, parece ter um interesse especial no clube de futebol Juventus de Turim, tendo coletado dados em 2021 do então presidente, Andrea Agnelli, e de sua estrela, Cristiano Ronaldo, informou a agência de notícias Europa Press.
Striano é acusado de acessar milhares de vezes sem autorização esses arquivos, sem nenhuma investigação em andamento que justificasse tais acessos em busca de informações sensíveis desde 2018.
Ele enfrenta acusações de acesso abusivo a um sistema informático, falsificação e revelação de informações confidenciais.
A investigação teve início cerca de um ano atrás, após uma denúncia do ministro da Defesa, Guido Crosetto, devido à publicação de um documento sobre sua fiscalidade em um jornal italiano.
Striano também teria acessado documentação sobre o ministro de Negócios, Adolfo Urso, e o ministro da Agricultura, Francesco Lollobrigida – cunhado da primeira-ministra, Giorgia Meloni – e do subsecretário da Presidência, Giovanbattista Fazzolari. Todos eles são membros do partido ultradireitista Irmãos da Itália.
Além disso, ele teria acessado informações do ex-subsecretário do partido Liga Norte e de dois cargos da agrupação Força Itália.
Os ministros vítimas de espionagem incluem Guido Crosetto, Alfredo Urso, Francesco Lollobrigida, Gilberto Pichetto Fratin e Marina Elvira Calderone. A eles se juntam os subsecretários Giovanbattista Fazzolari, Claudio Durigon e Andrea Delmastro.
Além disso, o conhecido rapper italiano Fedez e vários jornalistas também aparecem nos registros.
Striano é acusado de realizar centenas de acessos não autorizados aos arquivos, na ausência de qualquer investigação em curso.
No entanto, isso é apenas a ponta do iceberg, como afirmou La Repubblica, já que o suspeito está sendo apontado por cerca de 800 episódios de intrusão ilegal em um total de 5.000 acessos a bases de dados estatais realizados desde 2018 até alguns meses atrás.