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Apple e Meta, dois rivais históricos, iniciaram conversas sobre a possível integração do modelo de inteligência artificial generativa da Meta no Apple Intelligence, segundo fontes próximas às negociações, divulgou neste domingo o The Wall Street Journal (WSJ).
Esses diálogos mostram uma colaboração que até então parecia improvável entre dois gigantes tecnológicos que têm discordado em várias áreas ao longo dos anos. A motivação por trás dessas conversas é a necessidade da Apple de se atualizar no campo da inteligência artificial generativa.
Enquanto a Apple desenvolveu seus próprios modelos de IA menores, a empresa reconheceu a necessidade de colaborar com parceiros para tarefas mais complexas. Segundo Craig Federighi, líder de software da Apple, “queríamos começar com os melhores”, referindo-se à parceria inicial com o ChatGPT da OpenAI, anunciada na conferência Worldwide Developers Conference da Apple no início deste mês.
O interesse da Meta nessa possível colaboração vem do desejo de aproveitar a vasta distribuição de dispositivos da Apple, similar à forma como a App Store permite que vários desenvolvedores alcancem milhões de usuários de iPhone. Esse tipo de parceria ofereceria à Meta uma vantagem significativa na corrida pela dominação da inteligência artificial generativa.
Mark Zuckerberg e sua equipe de inteligência artificial poderiam obter uma grande vitória com um acordo dessa magnitude, considerando as mudanças importantes que já alcançaram com seu modelo de linguagem Llama.
Além da Meta e da OpenAI, também têm sido mantidas conversas com startups de inteligência artificial como Anthropic e Perplexity. Essas empresas estão interessadas em integrar suas tecnologias no Apple Intelligence.
Federighi destacou que oferecer várias opções de modelos de inteligência artificial é benéfico para os usuários, pois “preferirão diferentes modelos para diferentes tarefas, como redação criativa ou pesquisa médica”, citou o WSJ.
Embora um acordo com a Apple representasse uma distribuição massiva de produtos para as empresas de inteligência artificial, ainda não está claro o impacto financeiro exato que isso teria. Segundo Gene Munster, analista veterano da Apple, a OpenAI espera que o uso do ChatGPT se duplique quando integrado à Apple, embora isso também aumente os custos de infraestrutura entre 30% e 40%.
Munster sugere que entre 10% e 20% dos usuários da Apple optariam por pagar uma assinatura premium para um produto como o ChatGPT. “Conseguir distribuição é difícil”, disse Munster. “A beleza do que a Apple construiu é que você tem essa distribuição comprometida em grande escala.”
Em resumo, segundo Munster, uma colaboração entre Meta e Apple poderia se traduzir em bilhões de dólares para as empresas de inteligência artificial que conseguirem se integrar com sucesso à nova plataforma da Apple.
A possível colaboração entre Apple e Meta também marca um ponto de inflexão em sua relação. As tensões entre as duas empresas persistem há mais de uma década, notadamente quando a Apple introduziu mudanças de privacidade em 2021 que, segundo a Meta, lhe custariam 10 bilhões de dólares em receitas em 2022.
Além disso, em abril deste ano, a Meta publicou instruções para que os anunciantes evitassem a cobrança de 30% que a Apple impõe por “publicações patrocinadas”.
Com acordos potenciais com diferentes empresas de inteligência artificial, a Apple evita a dependência excessiva de um único fornecedor como a OpenAI. No entanto, a possibilidade de realizar isso dependerá dos termos específicos de cada negociação, o que difere da estrutura estabelecida da App Store que permite aos desenvolvedores enviar aplicativos para aprovação.
Para os usuários, a flexibilidade de escolher entre diferentes modelos de inteligência artificial pode representar uma vantagem significativa. A diversidade de opções lhes permitiria selecionar a melhor ferramenta para tarefas específicas, fortalecendo o ecossistema da Apple com diversas capacidades de inteligência artificial.