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Neste domingo (02), um módulo lunar privado, carregado com um taladro, um aspirador de pó e outros experimentos para a NASA, realizou um aterrissagem bem-sucedida na Lua após uma viagem de 46 dias. A sonda espacial, que faz parte do programa Artemis da NASA, utilizará dez instrumentos para analisar o subsolo, a superfície e a atmosfera lunar.
A missão Blue Ghost Mission 1, da Firefly Aerospace — a segunda empresa privada a alcançar esse feito — alunizou às 03h34 (horário da costa leste dos EUA, 08h34 GMT), perto de Mons Latreille, uma formação vulcânica localizada no Mare Crisium, na face nordeste da Lua.
O módulo de aterrissagem Blue Ghost desceu automaticamente da órbita lunar, apontando para as laderas de um antigo domo vulcânico em uma bacia de impacto no limite nordeste da face visível da Lua. A confirmação do sucesso chegou do Centro de Controle de Missão da empresa, em Austin, Texas, a cerca de 360.000 km de distância.
“Estamos na Lua”, anunciou o Centro de Controle de Missão, informando que o módulo de aterrissagem estava “estável”. Esse feito coloca a Firefly Aerospace como a primeira empresa privada a conseguir colocar uma nave espacial na Lua sem falhas, superando até mesmo países que tentaram sem sucesso, como os Estados Unidos, Rússia, China, Índia e Japão.
Com um design robusto, o módulo Blue Ghost, que possui quatro patas e mede 2 metros de altura por 3,5 metros de largura, oferece maior estabilidade durante o pouso. Lançado em janeiro de 2025, o módulo levou 10 experimentos para a NASA, com um custo de 101 milhões de dólares pelo envio e 44 milhões de dólares para as tecnologias e ciências a bordo.
Este é o terceiro envio do programa de entregas lunares comerciais da NASA, que visa incentivar o desenvolvimento de uma economia lunar com empresas privadas competindo entre si enquanto exploram o ambiente lunar, antes da chegada dos astronautas.
Os experimentos devem durar duas semanas, antes do fim do dia lunar, quando o módulo será desligado. Entre os experimentos levados pela missão, destacam-se um aspirador para coletar pó lunar para análise e um taladro capaz de medir a temperatura a até 3 metros abaixo da superfície. Além disso, o módulo conta com dispositivos para eliminar o pó lunar abrasivo, que foi um desafio para os astronautas da missão Apollo.
Durante sua jornada até a Lua, o módulo Blue Ghost enviou imagens impressionantes da Terra e, uma vez em órbita lunar, surpreendeu com fotos detalhadas da superfície da Lua. Além disso, um receptor a bordo rastreou sinais das constelações de GPS dos EUA e Galileo, um avanço significativo na navegação lunar.
O sucesso da missão prepara o cenário para uma nova onda de exploração comercial da Lua. Na próxima quinta-feira, outro módulo de aterrissagem, operado pela Intuitive Machines, com sede em Houston, chegará à Lua. A missão tem como objetivo explorar a base lunar, localizada a 160 quilômetros do polo sul, uma área mais próxima do que o primeiro módulo da empresa, que falhou no ano passado.
Embora os desafios permaneçam, com falhas de alguns módulos ao longo dos anos, a NASA está determinada a manter o ritmo de dois módulos de aterrissagem lunares privados por ano, ciente de que algumas missões podem não ter sucesso, como afirmou Nicky Fox, principal funcionária científica da agência espacial.
Jason Kim, CEO da Firefly Aerospace, destacou que o sucesso da missão foi resultado de um trabalho meticuloso e que a empresa “tem um pouco de pó lunar em suas botas”.
