Preso desde 14 de janeiro, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, prestou um depoimento à Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (2), que durou mais de 10 horas. Ele disse à Polícia Federal que houve “falha grave” da Polícia Militar do DF e que a corporação não seguiu o plano elaborado pela pasta para os atos de 8 de janeiro em Brasília.
No primeiro depoimento, em 18 de janeiro, Anderson Torres ficou em silêncio. Desta vez, apresentou a versão dele sobre os fatos investigados.
Segundo o ex-secretário da Segurança do DF, a minuta é um documento “descartável” e “sem viabilidade jurídica”. “Que considera a minuta do decreto totalmente descartável; que se tratava de um documento sem viabilidade jurídica; que não foi o declarante que colocou a pasta com o decreto na estante e que acredita que possa ter sido sua funcionária ao arrumar a casa; que não é por ter sido encontrado na estante é que teria importância; que na verdade já era para ter sido descartado”, disse Torres.
“Que indagado se recebeu informações ou informe de inteligência sobre as manifestações que ocorreriam no dia 8 de janeiro, respondeu que recebeu essas informações no dia 6, pela manhã. Que essas informações não indicavam ações radicais.”
Ele afirmou ainda que, antes de assinar o protocolo para a segurança no dia 8, verificou que estava tudo adequado.
“Antes de assinar analisou integralmente o protocolo de ações integradas e verificou que dentro das atribuições da SSP constavam todas as diretrizes necessárias para que os órgãos de segurança pública realizassem seus deveres, com as informações que estavam disponibilizadas até então”, continuou o depoimento.