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Na quinta-feira (27), o fundador e CEO do Telegram, Pavel Durol, afirmou que a empresa está recorrendo da decisão da Justiça Federal que tirou a plataforma de mensagens do ar no Brasil.
De acordo com ele, os dados exigidos pelas autoridades são “impossíveis” de serem obtidos.
A resposta ocorre após a 1ª Vara Federal de Linhares, no Espírito Santo, determinar que o aplicativo fosse retirado do ar em todo o país após o Telegram entregar apenas parcialmente dados sobre um grupo extremista que atuava na plataforma.
Em mensagem postada em seu canal no aplicativo, Durov afirmou que os dados solicitados pela Justiça brasileira são “tecnologicamente impossíveis de obter”.
“Estamos recorrendo dessa decisão e aguardamos a resolução final. Não importa o custo, defenderemos nossos usuários no Brasil e seu direito à comunicação privada”, escreveu o fundador da rede social.
À Justiça, o Telegram já havia afirmado que não era possível apresentar os dados solicitados porque o grupo investigado foi excluído mais de 6 meses antes do recebimento do ofício judicial.
No entanto, o juiz responsável pelo caso rejeitou o argumento ao suspender a plataforma do ar.
O pedido de acesso aos dados foi feito em meio à investigação da PF sobre o ataque a escolas de Aracruz (ES), que deixaram quatro mortos.
De acordo com a PF, houve interação do autor do crime com grupos que compartilhavam conteúdos antissemitas no Telegram.
Durov afirmou também que é preciso deixar alguns mercados se as leis locais forem contrárias à missão do Telegram, que, segundo ele, é “preservar a privacidade e a liberdade de expressão em todo o mundo”.
“No passado, países como China, Irã e Rússia proibiram o Telegram devido à nossa posição de princípio sobre a questão dos direitos humanos. Tais eventos, embora infelizes, ainda são preferíveis à traição de nossos usuários e às crenças nas quais fomos fundados”, escreveu o CEO em seu perfil.