O Ministério Público de Goiás confirmou a primeira manipulação de resultados neste ano no futebol brasileiro. A operação Penalidade Máxima investiga fraude nas apostas esportivas no Brasil.
De acordo com reportagem exibida pelo Jornal da Record, exibida neste sábado (13), a manipulação ocorreu na partida entre Goiás e Goiânia, pelo Campeonato Goiano, no dia 12 de fevereiro.
Ainda conforme a TV, o lateral-esquerdo Denner Barbosa, que joga no Operário, teria intermediado o repasse de pagamento aos jogadores.
As suspeitas sobre o resultado foram levantadas na transcrição de conversas entre o jogador Denner Barbosa, que atuava no Operário de Várzea Grande (MT), e um apostador em aplicativos de mensagens. Nas trocas de mensagens do dia 11 de fevereiro, o jogador, que teria grande influência com outros atletas do futebol, negocia com o empresário Bruno Lopez, suspeito de comandar o esquema.
Na conversa, um dia antes do jogo, Denner sugere que um time nos times na partida aconselha a derrota em 2 a 0 no primeiro tempo ao apostador.
Veja a conversa de Denner Barbosa com o apostador:
Denner Barbosa: Mas eu tenho um time no Campeonato Goiano com a linha de trás todinha.
Bruno Lopez: Me manda o time do Goiano e eu já coto. Se ficar boa…
Denner Barbosa: Perder primeiro tempo.
Bruno Lopez: Vamos fechar essa parada, então?
Denner Barbosa: Preciso saber quanto você paga, que aí eu corro atrás aqui na ligação com os caras.
Bruno Lopez: 10 cruzeiros [R$ 10 mil] para cada.
Depois de duas horas, Denner respondeu
Denner Barbosa: Tá fechado, confirmado o nosso aqui. E os (jogadores do) Goiânia são meus.
Bruno Lopez: Fechado.
Já no intervalo, Denner voltou a entrar em contato para ‘celebrar’ a aposta bem sucedida
Denner Barbosa: Os moleques são nossos.
Bruno Lopez: Boa, papai. Coisa linda, hein.
O noticiário esportivo foi tomado nas últimas semanas por denúncias de esquemas de manipulação de resultados de jogos de futebol para favorecer apostadores.
Em 18 de abril, o MP-GO realizou a 2ª fase da operação Penalidade Máxima. O inquérito investiga a atuação de um grupo criminoso responsável por aliciar jogadores de futebol a tomar ações no campo para influenciar o resultado de apostas em troca de dinheiro.
Até o momento, 15 jogadores foram denunciados e 7 se tornaram réus. O MP-GO cobra dos envolvidos ressarcimento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos.