O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta segunda-feira (17) os gastos com a guerra entre Rússia e Ucrânia em detrimento de investimento em ações de combate à fome. Lula também voltou a criticar as sanções que os países do ocidente têm adotado contra a Rússia como uma forma de pressionar o país a colocar um fim no conflito contra a Ucrânia.
As declarações ocorreram durante seu discurso na abertura da III Cúpula Celac-União Europeia, na cidade de Bruxelas, na Bélgica, nesta segunda-feira (17) – Celac é a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
Lula se coloca como um defensor da “paz negociada” e não concorda com o tratamento que os demais países tem dado à guerra que já dura mais de um ano. “Recorrer a sanções e bloqueios sem o amparo do direito internacional serve apenas para penalizar as populações mais vulneráveis. Precisamos de paz para superar os grandes desafios que temos diante de nós e isso implica mudanças sistêmicas profundas. Dividir o mundo em blocos antagônicos seria uma insensatez”, disse o mandatário brasileiro.
“Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. O Brasil apoia as iniciativas promovidas por diferentes países e regiões em favor da cessação imediata de hostilidades e de uma paz negociada. Recorrer a sanções e bloqueios sem o amparo do direito internacional serve apenas para penalizar as populações mais vulneráveis”, disse Lula.
“A guerra no coração da Europa veio para aumentar a fome e a desigualdade, ao mesmo [tempo em] que elevou os gastos militares globais. Apenas em 2022, em vez de matar a fome de milhões de seres humanos, o mundo gastou 2,24 trilhões de dólares para alimentar a máquina de guerra, que só causa mortes, destruição e ainda mais fome”, acrescentou o petista. (Leia aqui a íntegra do discurso de Lula no Celac).